sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

No G-20, Brasil é o segundo mais desigual

Atrás só da África do Sul, o Brasil é o segundo país com maior desigualdade do G-20, diz a ONG Oxfam. Mas é um dos quatro do mesmo grupo (ao lado de México, Argentina e Coreia do Sul) que reduziram a desigualdade nos últimos 20 anos. Para a Oxfam, "mesmo que o Brasil tenha avançado no combate à pobreza, é um dos países mais desiguais do mundo, com agenda forte pendente na área".

Brasil é a segunda nação mais desigual do G-20

Estudo da ONG Oxfam mostra, no entanto, que país está entre os quatro que melhoraram a distribuição de renda

RIO e MADRI. Atrás apenas da África do Sul, o Brasil é o segundo país com maior desigualdade do G-20, segundo estudo da ONG Oxfam, voltada para o combate à pobreza e à injustiça social. Por outro lado, o país é um dos quatro do mesmo grupo - ao lado de México, Argentina e Coreia do Sul - que reduziram a desigualdade nas últimas duas décadas.

"Mesmo que o Brasil tenha avanços no combate da pobreza, ele é ainda um dos países mais desiguais do mundo, com uma agenda bem forte pendente nesta área", disse o chefe do escritório da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst, em entrevista à BBC Brasil.

Segundo o estudo, 12 milhões de brasileiros saíram da pobreza absoluta entre 1999 e 2009. Também houve queda da desigualdade medida pelo coeficiente de Gini - que vai de zero, o mínimo de desigualdade, a um, o máximo -, baixando de 0,52 para 0,47 no mesmo período, segundo a BBC Brasil.

Ticehurst também disse à BBC Brasil que é importante que o governo mantenha as políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e que o Estado intervenha para melhorar o sistema de distribuição de renda.

"Os mercados podem criar empregos, mas não vão fazer uma redistribuição (de renda)", afirmou à versão brasileira da rede britânica.

A pesquisa prevê, ainda de acordo com a BBC Brasil, que, se o país crescer conforme as previsões anunciadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) - 3% em 2012 e acima de 4% nos anos seguintes - e mantiver a tendência de redução da desigualdade e de crescimento populacional, o número de pessoas pobres cairá quase dois terços até 2020, com menos cinco milhões de brasileiros na linha da pobreza.

Metade dos pobres do mundo está no G-20

No mundo há 1,3 bilhão de pessoas na pobreza (que vivem com menos de US$1,25 por dia). E mais da metade está nos países do G-20, segundo a Oxfam. O estudo da ONG mostra que há uma tendência "preocupante" de aumento da desigualdade nos países do G-20.

Os três países com maiores reservas internacionais - Rússia, China e Japão - foram os que mais registraram aumento da desigualdade. Já a França, o país mais equitativo do G-20 na distribuição de renda, é onde houve menos avanço na desigualdade. Alemanha, Canadá, Itália e Austrália, apresentam condições também mais iguais. Os Estados Unidos, por outro lado, é o país mais desigual entre as nações ricas.

"A experiência do Brasil, da Coreia do Sul e de vários países de renda baixa e média-baixa mostra que reduzir a desigualdade está ao alcance dos dirigentes do G-20", diz o estudo da Oxfam.

"Não existe escassez de potenciais alavancas para políticas (de redução da desigualdade). Em vez disso, talvez exista uma escassez de vontade política", acrescenta o documento.

(Com El País)

FONTE: O GLOBO

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