Nomes para duas pastas serão anunciados na semana que vem. Planalto vai respeitar atual cota ministerial das legendas
Paulo de Tarso Lyra
A presidente Dilma Rousseff anunciará na semana que vem apenas as trocas nos ministérios cujos ocupantes disputarão as eleições municipais de outubro — Educação e Secretaria Especial de Políticas para Mulheres. As demais mudanças serão feitas com mais calma, possivelmente após o retorno da presidente das viagens a Cuba e ao Haiti, no fim de janeiro. Além disso, Dilma não vai alterar a cota dos partidos na Esplanada, frustrando os planos de PMDB e PT, que sonhavam em aumentar seu poder de fogo no governo, amealhando para sua seara os ministérios dos Transportes e das Cidades, respectivamente.
Nas mudanças confirmadas, Aloizio Mercadante sairá da Ciência e Tecnologia e passará a comandar a Educação, no lugar de Fernando Haddad, que deixará o governo para concorrer à prefeitura de São Paulo. Para a vaga que será aberta no MCT, a presidente avisou que optará por um nome ligado ao setor — os mais cotados são o deputado Newton Lima (PT-SP), duas vezes reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), ou o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp.
Na semana passada, Mercadante e Haddad conversaram longamente sobre os desafios da pasta. Os dois ministérios já tiveram uma parceria exitosa no primeiro ano de governo Dilma, com o lançamento do Programa Ciência Sem Fronteiras, que encaminhou a primeira leva de alunos para os Estados Unidos no último fim de semana. Haddad disse ao seu sucessor esperar que "ele faça ainda mais do que o realizado nos últimos nove anos".
Troca confirmada
A outra mudança confirmada é a de Iriny Lopes, que deixará a Secretaria Especial de Política para as Mulheres para concorrer à prefeitura de Vitória. Em seu lugar, um nome cotado é o da secretária adjunta da pasta, Rosana Ramos, que integra a corrente petista Articulação de Esquerda, detentora da indicação da cadeira.
Quanto às demais alterações, Dilma vai esperar para conversar com os partidos e ouvir as sugestões de nomes, embora tenha muito claro em mente que a decisão final cabe a ela e, uma vez escolhido, "o ministro pertence ao governo e presta contas a ela, não mais ao partido". Dilma pediu aos ministros palacianos que permaneçam de prontidão em Brasília neste fim de semana. Além dos encontros setoriais para preparar a reunião ministerial da segunda-feira, dia 23, a presidente quer iniciar as conversas para definir as mudanças no governo com seu círculo mais próximo.
Ontem, ela reuniu-se com o vice-presidente Michel Temer. Comunicou que não haverá alteração na divisão dos partidos na Esplanada. Confirmou também que não promoverá reduções de pastas, o que provocaria uma convulsão nos movimentos sociais. "Dilma não vai querer mexer nesse vespeiro, ela não ganha nada com isso", admitiu ao Correio um interlocutor da presidente.
Dilma também convidou Temer para participar dos encontros setoriais na quinta, sexta, sábado e domingo, marcados como preparação para a reunião ministerial. O encontro da segunda servirá para planejar as ações e os projetos do governo para 2012. "Não será uma reunião de balanço de 2011, será algo para frente, para mostrar que o governo funciona, independente das peças que o compõem", disse um interlocutor palaciano.
Quadro alterado
No primeiro ano de governo Dilma, independente de reforma ministerial, já foram feitas sete substituições de ministros: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Pedro Correia (Turismo), Wagner Rossi (Agricultura), Orlando Silva (Esporte), Carlos Lupi (Trabalho) e Nelson Jobim (Defesa) foram empossados em 1º de janeiro de 2011, mas já não estavam na festa de confraternização de Natal no Palácio da Alvorada, realizada em meados de dezembro.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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