quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

PSD briga por cifras

Erich Decat

Ainda sem uma definição sobre o valor a que a legenda terá direito pelo rateio do Fundo Partidário deste ano, integrantes da cúpula do PSD avaliam que, pior que a falta dos recursos para a disputa das eleições municipais de outubro é a possibilidade de não terem direito ao tempo de propaganda eleitoral em rádio e tevê. Em novembro do ano passado, integrantes do PSD protocolaram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido de aumento do repasse do fundo. A resposta ao pleito também deve estabelecer qual será o tempo de propaganda nos veículos de comunicação a que o partido terá direito. A expectativa é de que a decisão saia antes do início da propaganda eleitoral prevista para iniciar em julho. "Na formação do partido, todos tinham a convicção de que era um risco não termos neste ano os recursos do fundo", ressaltou ao Correio o secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz. "A questão do dinheiro, entretanto, não é o mais importante no momento, uma vez que, como o partido nasceu com grande envergadura, o mínimo de doação para sobreviver a gente tem", acrescentou.

Segundo ele, a maior preocupação em relação ao tempo de rádio e tevê está na disputa eleitoral de 2014. Com candidatos competitivos no âmbito municipal, a tendência é de que eles sirvam de atração para outras legendas. Esses partidos passariam a somar o tempo suficiente da propaganda eleitoral. "O maior problema, e que pode causar danos irreversíveis, é não ter tempo de televisão. Não digo nem tanto para as eleições municipais, o que seria um problema, mas para as eleições de 2014. Porque, em outubro, muitas cidades já não contam com o recebimento do programa eleitoral de tevê, porque não há sinal em várias localidades. Mas em 2014, as disputas se concentrarão em grandes eixos e perderíamos inclusive o poder de negociação", considerou Queiroz.

A alegação de integrantes da cúpula do PSD para terem os direitos assegurados e até ampliados está no tamanho da legenda. De acordo com as regras atuais, o valor previsto para cada partido é proporcional à quantidade de votos recebidos pelos deputados federais eleitos. Como o partido só veio a ser criado em setembro do ano passado, ou seja, após o resultado das urnas de 2010, ele ficou com apenas 5%, o que representa um repasse mensal de cerca de R$ 42 mil.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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