As Bolsas estão no oitavo dia consecutivo de queda, revertendo a alta de mais de 20% no ano até março e atingindo índice negativo preocupante.
O dólar passou dos R$ 2, testando os limites de calibragem do câmbio e provocando questionamentos dentro e fora do governo.
O lucro da Petrobras no primeiro trimestre, de R$ 9,2 bilhões, é igual a 16% a menos que no mesmo período do ano passado. Como bem destacou o jornal "O Globo", a principal empresa brasileira "já perdeu um BB este ano".
A indústria, aliás, sente o golpe da conjuntura, com desaceleração e óbvio impacto negativo nas perspectivas de crescimento do país neste ano, que já não eram lá essas coisas.
E o índice de empregos, motivo de orgulho e tema de discursos de Dilma no exterior, inclusive na ONU, começa a dar sinais de recuo. O de São Paulo, "locomotiva do Brasil", é o menor desde 2006, ou seja, o pior da série histórica do IBGE.
Talvez como consequência, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) detecta uma redução no otimismo das famílias brasileiras, de 69 pontos em janeiro para 67 em abril, o índice menos animador (ou animado) do ano, com tendência de queda.
Por que estou listando tudo isso? Para você tirar suas próprias conclusões. Sim, o Brasil vai bem e tem fundamentos sólidos, mas não pode dar uma de alegre nem ignorar eventuais efeitos políticos. A inédita vaia que Dilma levou da marcha dos prefeitos foi por uma questão pontual (a distribuição dos royalties do petróleo), mas veio, no mínimo, numa hora ruim.
A crise na Europa está feia e tende a piorar, a China é uma interrogação e a reeleição de Obama nos EUA não está garantida. O Brasil, arrogante e dando lições, parecia passar ileso por todo esse ambiente de crise ou de insegurança. Pode ter se precipitado.
O mar não está para peixe.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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