Tucanos tentam fragilizar petista em SP ao chamar senadora de "corajosa"
Decisão de explorar o racha no PT paulistano foi tomada na bancada do PSDB, em Brasília, no início da semana
Daniela Lima
SÃO PAULO - O PSDB vai usar o boicote da senadora Marta Suplicy (PT-SP) à campanha de Fernando Haddad para fragilizar o petista na corrida pela Prefeitura de São Paulo.
A ideia é defender a atitude da senadora, que passou a ser chamada de "corajosa" pelos tucanos, e taxar a candidatura de Haddad como fruto de uma ação autoritária do ex-presidente Lula e, portanto, sem legitimidade.
Haddad é considerado o principal adversário do tucano José Serra na disputa municipal. A senadora desejava ser a candidata do PT, mas foi preterida por Lula. Desde então, ela tem evitado participar de atos da campanha.
A decisão de usar o racha no PT paulistano foi tomada em reunião da bancada do PSDB em Brasília, no início da semana. Ontem os tucanos defenderam a senadora.
"Houve uma intervenção autoritária no PT, que levou à indicação de um candidato sem legitimidade. A Marta teve coragem de apontar isso", disse o deputado Walter Feldman (PSDB-SP), que participa da coordenação da campanha de Serra.
"Ela, a maior liderança do PT em São Paulo, passou a mostrar a distância que há entre Haddad e o eleitor."
Já Marta desmentiu ontem especulações sobre sua saída do PT. "Bobagem", disse ela, que evitou falar sobre o boicote ao evento de Haddad.
O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE) acredita que Marta evidencia a insatisfação de uma ala do partido com Lula. Os tucanos vão vincular a crise em São Paulo a intervenções em outras capitais, como Recife.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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