Eleito com mais de 60% dos votos em 2008, prefeito desiste da reeleição amargando a rejeição de 72% dos eleitores
Renato Onofre
Na semana em que anunciou o fim de seu ciclo político à frente da prefeitura de Niterói, o prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT) lembrou das marcas de suas quatro gestões e admitiu que hoje o município precisa de um novo modo de administrar.
Eleito em 2008 com mais de 60% dos votos, Jorginho, como era chamado, viu seu índice de aprovação despencar, fazendo com que ele sequer tentasse a reeleição (o correligionário Felipe Peixoto tentará a vaga), e frustando o projeto do grupo político liderado por ele, que há pelo menos 20 anos está no centro do poder da cidade. Em fevereiro, uma pesquisa do IBPS apontou um índice de rejeição ao prefeito de 72%.
Para Sandro Corrêa, cientista político e pesquisador da UFRJ, alguns fatores explicam o desgaste político do prefeito:
- O excesso de tempo no poder e a nova dinâmica da cidade. Depois de anos à frente de Niterói, ele tem um desgaste como num casamento que acabou em separação. Além disso, hoje, quase cem mil eleitores têm menos de 30 anos. É uma geração que só viu Jorge Roberto como prefeito. Então, a cobrança é somente em cima dele e de suas promessas, cumpridas ou não.
Entre suas realizações, as que mais se destacaram foram a construção do Museu de Arte Contemporânea (MAC) e a implantação do Programa Médico de Família, importado de Cuba e copiado nacionalmente. Por outro lado, em sua última campanha, Jorge Roberto colocou entre suas promessas a conclusão do complexo arquitetônico. Este, no entanto, a seis meses do fim do mandato, está longe de ser concluído.
- Se fosse com qualquer outro, a aprovação seria maior, mas ela não é tão boa como eu gostaria porque sou eu o prefeito. É a expectativa - afirmou.
FONTE O GLOBO
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