sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Lá Vem o Patto! - Urbano Patto

Há algumas semanas escrevi sobre o julgamento do mensalão:

O mais inverossímil é ver os brilhantes advogados tratando gente crescida, vivida, experiente em política e negócios, como seus clientes o são, como pessoas simplórias, até aparvalhadas. Dessas que acham que movimentar milhares reais em sacos de papel é fato normal nos caixas de banco, que levantar empréstimos de milhões sem garantias é corriqueiro na banca nacional, que depositar fortunas em dinheiro no exterior sem declarar é a praxe nos contratos de publicidade.

Nada contra que façam suas defesas técnicas, mas respeitem um pouco mais a inteligência e o bom senso do respeitável público.

Esperemos sinceramente que os ministros do STF não compartilhem dessa visão de que o julgamento deva ser essencialmente técnico, se assim fosse seria mais simples aplicar uma tabela, uma fórmula ou uma máquina de julgar - objetivas, impessoais, exatas, inapelavelmente técnicas.

Esperemos, apenas e singelamente, que julguem como homens. Para tanto basta que sejam justos.

Pois bem, pelo andar da carruagem, parece que minhas esperanças estão sendo correspondidas. Dois políticos de alto escalão já foram condenados, declarados oficial e solenemente pelo STF, corruptos, autores de peculato e lavadores de dinheiro público desviado do Banco do Brasil, portanto, no popular: são bandidos e ladrões, ponto. Caiu por terra essa ladainha de “crime menor”, prescrito, meramente eleitoral, de recursos não compatibilizados, de coisa que todo mundo faz, de que não existiu e que tudo não passa de um complô das elites e da imprensa, como o presidente Lula diz acreditar, ingênuo e inocente que é, coitadinho...

Para que ninguém diga que se trata de personagens menores no meio político, segue abaixo resumo da carreira dos dois políticos até o momento condenados, com base das informações da Wikipédia:

O verbete Henrique Pizzolato diz: Militante do Partido dos Trabalhadores (PT) há mais de 20 anos, Pizzolato foi presidente do Sindicato dos Bancários em Toledo e da CUT no Paraná. Concorreu a cargos eletivos, como o de vice-governador do Paraná (1994) e de vice-prefeito de Toledo (1996), sem sucesso. Foi alçado a diretor de Seguridade da Previ em 1998, eleito pelos funcionários do Banco do Brasil, tendo deixado o cargo em maio de 2002, para trabalhar na eleição do presidente Lula, administrando os recursos da campanha juntamente com o ex-tesoureiro Delúbio Soares de Castro. Ocupou o cargo de diretor de marketing do Banco do Brasil e antecipou sua aposentadoria após denúncias de envolvimento no caso do mensalão.

E, resumindo, no de Luiz Paulo Cunha, consta que: sempre pelo PT, foi: filiado desde 1981, Vereador em Osasco; fundador da Executiva Municipal de Osasco do PT; líder da Executiva Municipal, em 1988 foi candidato do partido à prefeitura; Deputado estadual em 1990, líder do partido na Assembléia Legislativa; Deputado federal em 1994, duas vezes reeleito; presidente do diretório estadual em 1995, em 1996 novamente candidato à prefeitura de Osasco; presidente da Câmara dos Deputados em 200. Ainda é Deputado federal e está novamente, até no momento que estou escrevendo, candidato a prefeito de Osasco.

Aguardando o julgamento dos demais réus, ainda esperançoso e agora mais otimista, mas com um olho no gato e outro na sardinha, especialmente no caso do réu ex-ministro José Dirceu, denunciado como chefe de quadrilha, e que também disse não saber de nada e que, como chefe não faz mesmo - manda, não deixou tantas marcas pessoais pelo caminho, mesmo porque dispunha de Delúbios, Pizzolatos, Valérios e Cunhas e outros para enfiar por ele a mão na massa.

Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, Secretário do Partido Popular Socialista - PPS - de Taubaté e membro Conselho Fiscal do PPS do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto@hotmail.com

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