Já candidato tucano vai criticar programa de governo do PRB
Tatiana Farah, Gustavo Uribe e Guilherme Voitch
SÃO PAULO Líder nas pesquisas, o candidato do PRB, Celso Russomanno, continuará a ser poupado pelo PT nos palanques eletrônicos e enfrentará as primeiras críticas do PSDB. Acreditando numa queda de Russomanno, a campanha do ex-ministro petista Fernando Haddad prefere ignorar o candidato do PRB e tentar manter boas relações para receber seu apoio em eventual segundo turno. Já o PSDB vai atacar suas propostas e comparar sua biografia de ex-deputado federal, sem experiência administrativa, com a de José Serra, ex-governador e ex-prefeito.
Na última pesquisa Datafolha, divulgada anteontem, uma diferença de 8 pontos separa Serra, em segundo lugar com 22%, de Haddad, com 14%. Russomanno se mantém líder com 31%, apesar de ter apenas 2m11s no horário eleitoral. Os dirigentes do PT alegam que não há acordo de não agressão com o PRB, mas a medida é estratégica.
- Não tem por que mudar a estratégia. Atacar Russomanno só aumentaria a rejeição de Haddad (em 21%) - diz Chico Macena, um dos coordenadores da campanha petista em São Paulo.
José Américo, outro integrante da cúpula petista, confirma:
- Achamos que Serra é nosso adversário principal.
A relação com Russomanno também tem sido preservada para o caso de um segundo turno entre Serra e Haddad.
Já na campanha tucana, a ordem é reavaliar estratégias. A queda de 27% para 22% não era esperada. Mas o que mais preocupa é o aumento da rejeição de Serra, que subiu cinco pontos em nove dias, chegando a 43%.
O diretor do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, diz que a rejeição é uma das mais altas das disputas municipais e o maior percentual no histórico de Serra em São Paulo:
- O desafio de Serra é garantir a passagem para o segundo turno e viabilizar a vitória, o que só será possível se ele conseguir diminuir a rejeição.
No PSDB, a orientação de focar a munição contra o candidato do PT será estendida para Russomanno. O pacto firmado em julho entre PSDB e PRB, de evitar ataques pessoais, deve ser mantido, mas as críticas serão feitas em relação ao programa de governo. Segundo os tucanos, as propostas do PRB são "irrealizáveis" e "sem composição orçamentária". O diagnóstico é que, agora que Russomanno "entrou no jogo", será naturalmente tratado "de outra maneira".
Em sabatina ontem da rádio CBN, Russomanno ironizou:
- Primeiro, disseram que eu era um cavalo paraguaio que não chegaria ao final. Depois, que era voo de galinha, que não chegaria ao próximo poleiro. Depois, que eu iria desidratar quando começasse o horário eleitoral na TV. E finalmente me chamaram de zebra.
FONTE: O GLOBO
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