domingo, 23 de setembro de 2012

PT deve ficar fora do segundo turno em Porto Alegre


Desde a democratização, partido atingia patamar de 30% dos votos; pesquisas indicam que teto chega a 10%

Júnia Gama

PORTO ALEGRE - Enfraquecido na disputa pelas principais capitais nas eleições municipais deste ano, o PT pode ficar de fora de um segundo turno em Porto Alegre pela primeira vez desde a redemocratização do país. Apesar de petistas na cidade não admitirem, membros do comando do partido já trabalham com a hipótese, tendo em vista as últimas pesquisas de intenção de voto, que indicam que o PT não passa de 10%, longe do histórico piso de 30% que a legenda costumava ter no município. Além do cenário pouco promissor para o primeiro turno, há um racha em relação a quem será apoiado pelo partido no segundo turno.

Isso porque, antes de chegar à decisão de lançar o deputado estadual Adão Villaverde, as disputas internas desequilibraram o partido. O PT dividiu-se, e houve segmentos que defenderam, na falta de nomes de relevância, não lançar candidato próprio. Desta vertente surgiu uma subdivisão entre os que pretendiam apoiar o prefeito José Fortunati (PDT) e o grupo que queria uma aliança com Manuela D"Ávila (PCdoB). Vencida a hipótese, ao menos três nomes do PT brigaram pelo posto de candidato: além de Villaverde, o presidente do PT estadual, Raul Pont, e o presidente municipal do partido, Adeli Sell.

A ausência da presidente Dilma Rousseff na campanha gaúcha - considerada essencial pelos petistas - também preocupa, já que, além da força institucional do cargo, trata-se de seu domicílio eleitoral. Dilma decidiu manter distância da campanha para não melindrar os outros candidatos, que também são da base e reivindicam sua simpatia.

- A presidente Dilma nos apoia, não por causa da relação pessoal, mas porque tem um acordo político e programático conosco. Os outros candidatos estão usando a relação com ela para tergiversar - ataca Villaverde.

FONTE: O GLOBO

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