Desde a democratização, partido atingia patamar de 30% dos votos; pesquisas
indicam que teto chega a 10%
Júnia Gama
PORTO ALEGRE - Enfraquecido na disputa pelas principais capitais nas
eleições municipais deste ano, o PT pode ficar de fora de um segundo turno em
Porto Alegre pela primeira vez desde a redemocratização do país. Apesar de
petistas na cidade não admitirem, membros do comando do partido já trabalham
com a hipótese, tendo em vista as últimas pesquisas de intenção de voto, que
indicam que o PT não passa de 10%, longe do histórico piso de 30% que a legenda
costumava ter no município. Além do cenário pouco promissor para o primeiro
turno, há um racha em relação a quem será apoiado pelo partido no segundo
turno.
Isso porque, antes de chegar à decisão de lançar o deputado estadual Adão
Villaverde, as disputas internas desequilibraram o partido. O PT dividiu-se, e
houve segmentos que defenderam, na falta de nomes de relevância, não lançar
candidato próprio. Desta vertente surgiu uma subdivisão entre os que pretendiam
apoiar o prefeito José Fortunati (PDT) e o grupo que queria uma aliança com
Manuela D"Ávila (PCdoB). Vencida a hipótese, ao menos três nomes do PT
brigaram pelo posto de candidato: além de Villaverde, o presidente do PT
estadual, Raul Pont, e o presidente municipal do partido, Adeli Sell.
A ausência da presidente Dilma Rousseff na campanha gaúcha - considerada
essencial pelos petistas - também preocupa, já que, além da força institucional
do cargo, trata-se de seu domicílio eleitoral. Dilma decidiu manter distância
da campanha para não melindrar os outros candidatos, que também são da base e
reivindicam sua simpatia.
- A presidente Dilma nos apoia, não por causa da relação pessoal, mas porque
tem um acordo político e programático conosco. Os outros candidatos estão
usando a relação com ela para tergiversar - ataca Villaverde.
FONTE: O GLOBO
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