Líder na disputa em São Paulo, o candidato do PRB montou núcleo até com aliados de Geraldo Alckmin
Na linha de frente de Russomanno, pastores, malufistas e até alckmistas
Conselho político do líder das pesquisas em SP tem ainda integrantes do PTB
Tatiana Farah, Gustavo Uribe
SÃO PAULO Por trás do candidato líder nas pesquisas de São Paulo, Celso Russomanno (PRB), há um emaranhado de dirigentes políticos que já foram ou são ligados ao deputado Paulo Maluf (PP) e ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), além de líderes evangélicos da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). Ex-malufista, a quem defendeu em 2010 quando candidato a governador pelo PP, Russomanno tem em seu conselho político nomes de aliados históricos de Maluf, como o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB), que foi secretário na desastrada gestão do então prefeito Celso Pitta, o pupilo de Maluf que já faleceu.
Quatro dos 14 integrantes do conselho político de Russomanno são dirigentes da Universal. O comando está nas mãos do deputado Campos Machado (PTB), braço direito do governador Alckmin na Assembleia Legislativa de São Paulo. Outro alckmista é Alberto Hiar, o Turco Loco, que já foi vereador e deputado estadual pelo PSDB. Enfronhado com setores culturais, Turco Loco atrai produtores da área e o segmento lojista e se mantém no PSDB, apesar da oposição a Serra. Líder do PTB, Campos Machado explica sua decisão:
- O PT não gosta da gente, e o PSDB finge que gosta. Mas sou amigo de fé de Geraldo Alckmin. Ele é meu único compromisso político pessoal.
O conselho político de Russomanno é formado ainda por quatro dirigentes do PTB e quatro do PRB (todos da Universal, como o presidente nacional da legenda, o bispo licenciado Marcos Pereira, e o presidente estadual, Vinícius Carvalho, pastor licenciado).
Secretário-geral do PP, Jesse Ribeiro lembra que até mesmo o candidato a vice-prefeito na chapa de Russomanno, o advogado Luiz Flávio D"Urso, saiu dos quadros do malufismo.
Apesar dos aliados de Maluf engrossarem a campanha, o PP é rompido com o candidato, que saiu da legenda depois das eleições de 2010.
- No final da novela, todos vão descobrir quem é o verdadeiro "Carminho" desta eleição - disparou o líder do PP, comparando Russomanno à vilã da novela "Avenida Brasil".
Aliados admitem que Russomanno pode atrair o eleitorado órfão de Maluf:
- Ele acabou herdando esse eleitorado naturalmente, assim como o do (ex-governador do PMDB, já falecido) Quércia, que o Chalita, candidato do partido, não conquistou - analisa o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), o mais recente conselheiro do líder na disputa em São Paulo.
Disputa religiosa
Numa corrida municipal marcada pela disputa acirrada do voto evangélico, a Igreja Católica decidiu entrar no debate e fez duras críticas à campanha do candidato do PRB. Em nota, a Arquidiocese de São Paulo condenou artigo publicado há um ano e quatro meses pelo presidente nacional da legenda, Marcos Pereira, bispo licenciado da Universal.
No artigo, Pereira afirma que a Igreja Católica tem promovido uma "política da catequização" e controlado a educação no país, além de associá-la ao kit anti-homofobia, do MEC.
Na nota, a Arquidiocese diz que o presidente do PRB, "partido que é manifestadamente ligado à Igreja Universal", faz "elucubrações fantasiosas" e questiona o motivo do que chamou de "ataques tão gratuitos, infundados e ridículos".
Em caminhada, na Zona Norte , o candidato do PRB disse que vai procurar o cardeal dom Odilo Scherer, para esclarecer a polêmica.
Colaboraram Jaqueline Falcão e Sérgio Roxo
FONTE: O GLOBO
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