Faltam 22 dias para a eleição de 7 de outubro, mas em São Paulo tudo segue indefinido.
Dos três candidatos que lideram a corrida paulistana, o petista Fernando Haddad é o que tem o maior desafio pela frente. Ele está com 17% de intenções de votos, segundo o Datafolha. Nunca, desde 1988, alguém chegou a essa fase da campanha com uma pontuação tão baixa na cidade de São Paulo e depois conseguiu disparar para vencer no final.
Haddad tem quatro trunfos: o PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff e a ex-prefeita e recém-nomeada ministra da Cultura, Marta Suplicy. Todos esses apoios já apareceram na TV e no rádio. O efeito foi pífio. Quem está sob maior pressão é Marta.
A razão é simples. Embora seja senso comum afirmar que muitos dos votos tradicionais do PT estejam alavancando o líder em São Paulo, Celso Russomanno (PRB), quando se observa abaixo da superfície nota-se que parte considerável do martismo é que não se encantou com Haddad.
O diretor do Datafolha, Mauro Paulino, notou que 56% dos hoje inclinados a votar em Russomanno algum dia já escolheram Marta. Ela concorreu em 2000 (venceu) e em 2004 e 2008 (perdeu as duas, mas teve votações expressivas).
Russomanno tem 32% no Datafolha. Nesse grupo de eleitores, 28% afirmam ter votado em Marta nas últimas três eleições. Esses "martistas de raiz" representam cerca de nove pontos percentuais para o candidato do PRB. É exatamente o que falta para Fernando Haddad ir com folga ao segundo turno da disputa.
Mais do que o apoio dos desgastados Lula e PT (por causa do mensalão) ou da presidente Dilma prometendo creches e novas moradias, Haddad precisa de Marta "devolvendo" os votos que, por razões diversas, aderiram a Russomanno.
A missão de Marta não é fácil e seu desempenho será determinante para o sucesso ou o fracasso de Haddad.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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