Presidente do STF nega que o julgamento do mensalão influencie as eleições
Amanda Almeida
UM JULGAMENTO PARA A HISTÓRIA
BELO HORIZONTE O presidente do Supremo Tribunal Federal(STF), Carlos Ayres Britto, minimizou ontem o atraso no julgamento do mensalão. A previsão era de que análise se estenderia apenas até meados de setembro. Ao admitir que esperava finalizar as votações em um mês, o ministro negou que o julgamento tenha influência nas eleições municipais, com primeiro turno em menos de um mês.
- Não há pressa. Está todo mundo no ritmo adequado, conciliando segurança técnica por parte dos ministros na formulação de seus votos e presteza na entrega da prestação jurisdicional. Está tudo conforme planejado, caminhando bem. De fato, a previsão era de que em um mês terminássemos tudo, mas não foi possível. Como processo é um seguir adiante, um andar para frente,a gente vai levando - disse.
O ministro participou como palestrante, na tarde de ontem, do Congresso Internacional de Direito de Estado, em Belo Horizonte. Ao público, não falou sobre o mensalão. Depois, deu rápida entrevista à imprensa. Questionado sobre a influência do julgamento nas eleições, Ayres Britto negou relação:
- Nunca fizemos esse tipo de conexão, de avaliação.
Alvo do processo, que tem José Dirceu acusado de líder do esquema, o PT tem evitado o assunto nas eleições, justamente para evitar o desgaste com os eleitores. O partido já se viu obrigado a retirar a candidatura de João Paulo Cunha em Osasco (SP), depois de o deputado ser condenado pelo Supremo.
Nas campanhas, os candidatos têm dado pouco espaço para a sigla do Partido dos Trabalhadores, caso do ex-ministro Patrus Ananias, que não fala o nome da legenda durante seus programas eleitorais na televisão na corrida pela prefeitura de Belo Horizonte.
Ayres Britto também negou que o Supremo esteja parado por causa do julgamento, que tomou sessões diárias até o meio do mês passado e agora ocorre três vezes por semana.
- Já fizemos inclusive uma sessão extraordinária para cuidar de outros processos. Cada ministro está despachando monocraticamente em seus gabinetes. Todas as semanas fazemos sessões de turno - disse o ministro.
FONTE: O GLOBO
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