Parlamentares da oposição comemoraram ontem as penas impostas pelo Supremo Tribunal
Federal José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino. Os dois primeiros cumprirão
a pena em regime fechado, enquanto o último foi beneficiado com o regime
semiaberto. Para o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), o resultado foi
uma reabilitação do Poder Judiciário. "O Supremo Tribunal Federal, neste
momento, conquista credibilidade em razão da implacabilidade desse julgamento
memorável e histórico do mensalão", declarou.
Para o senador tucano, entretanto, essa etapa não é suficiente para que o país
avance, já que, em breve, o julgamento será encerrado. "Existe outra
tarefa, um passo adiante, que é combater o sistema que dá origem ao mensalão,
que abre as portas da corrupção, favorecendo os desonestos de toda sorte e de
todas as áreas do setor público e do setor privado."
O vice-presidente do PSDB, Alberto Goldmann (SP), achou "meio
esdrúxulo" ter que comentar a sentença. "Decisão de Supremo Tribunal
não dá para comentar, opinar ou discordar. Ela deve simplesmente ser
cumprida." O dirigente apenas demonstrou certa tristeza por José Genoino,
com quem dividiu espaço na Câmara dos Deputados. "Eu fico triste por ele,
eu o conheço dos tempos em que éramos deputados. Sei que ele não fez isso para
enriquecimento próprio, aumento de patrimônio. Ele simplesmente foi levado por
esse projeto do PT, que pretende ficar não sei quantos anos no poder",
completou Goldmann.
Para o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), a conclusão
do julgamento ontem dos três petistas acusados de integrar o núcleo político do
mensalão foi um recado claro do STF aos cidadãos e às demais instâncias do
judiciário. "O STF mostrou que não convive com a impunidade, especialmente
no caso da pena imposta a José Dirceu. Se você condena, mas aplica penas
baixas, a punição não se completa", declarou Agripino. (AC e PTL)
Fonte: Correio Braziliense
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