Pré-candidatura de deputado do PSB preocupa petistas
Fernanda Krakovics
BRASÍLIA - A movimentação do presidente do PSB, Eduardo Campos, para tentar
construir sua candidatura à Presidência da República em 2014 jogou o PT nos
braços do PMDB na próxima batalha, a das eleições para a presidência da Câmara.
Para isolar a pré-candidatura do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), os petistas
pretendem honrar o acordo para eleger o líder do PMDB, deputado Henrique Alves
(RN), em 1º de fevereiro.
- Não vamos votar no Júlio Delgado e fortalecer o Eduardo Campos - disse um
deputado do PT do Campo Majoritário, ala preponderante no partido.
Em jantar com a presidente Dilma Rousseff e o presidente do PT, Rui Falcão,
na última quarta-feira, Eduardo Campos e o vice-presidente do PSB, Roberto
Amaral, afirmaram que o partido só vai decidir pela candidatura de Delgado às
vésperas da disputa.
Falcão disse que o PT está preocupado com um "efeito Severino",
numa referência à eleição do deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) para a
presidência da Câmara, graças ao baixo clero, em 2005. A presidente afirmou
temer que a eventual vitória de uma candidatura alternativa gere uma crise com
impactos na governabilidade. Apesar dessa preocupação, Dilma faz questão de
dizer que não vai se meter nas eleições para as presidências da Câmara e do
Senado. Isso depois de ter tentado emplacar, sem sucesso, a candidatura do
ministro Edison Lobão (Minas e Energia), senador licenciado, no lugar de Renan
Calheiros (PMDB-AL), para a presidência do Senado.
Na véspera, num jantar da presidente com as cúpulas do PT e do PMDB, até o
presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), fez piada sobre a imparcialidade
de Dilma.
- O senador Ruy Carneiro (1906-1977) contava uma piada que um padre, na
Paraíba, dizia que a Igreja nunca se metia na eleição, mas um dos candidatos
comungava todos os dias.
Dilma retrucou, também brincando:
- Mas eu não vou comungar, não!
Fonte: O Globo
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