PT transforma homenagem a militante histórico em desgravo a dirigentes
João Paulo chama mensalão de 'mentirão' e diz que réus sofrem pressão igual à que levou Vargas ao suicídio
SÃO PAULO - Um ato do PT em homenagem a um militante histórico do partido reuniu ontem quatro integrantes da cúpula petista condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no processo do mensalão.
José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, Delúbio Soares, ex-tesoureiro da sigla, e os deputados José Genoino, ex-presidente do PT, e João Paulo Cunha foram homenageados na festa de 78 anos de Ricardo Zarattini. No convite do evento, os quatro foram chamados de "dirigentes e líderes de sempre" do partido.
Eles foram assediados por militantes e tiraram fotos. Dirceu chegou a ensaiar passos na pista de dança ao som de música sertaneja.
Em sua fala, João Paulo, condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, disse que o julgamento faz parte de uma "disputa política" para atingir o ex-presidente Lula.
"Dirceu, Genoino e Delúbio foram condenados sem provas. Eu fui condenado contra as provas. Isso não é mensalão, é 'mentirão'".
Ele afirmou que os condenados sofrem uma "campanha" conduzida pela imprensa semelhante à que levou o ex-presidente Getulio Vargas a "dar um tiro no peito e entrar para a história", em 1954.
Delúbio, condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, afirmou que a vitória de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo foi um "exemplo" do partido. "Vencemos no Brasil, vencemos em São Paulo".
Dirceu recordou a trajetória de Zarattini. Eles estavam entre os quinze presos políticos trocados em 1969 pelo embaixador norte-americano Charles Elbrick, na ditadura. Genoino disse ter "a consciência do dever cumprido".
Fonte: Folha de S. Paulo
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