segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Congressistas adiam transferência a novo partido de Marina

Políticos temem que a Rede, nome dado à legenda, não consiga ser oficializada para concorrer às eleições

Para ser criado e poder concorrer em 2014, partido precisa de 500 mil assinaturas em 9 Estados até setembro

Márcio Falcão

BRASÍLIA - Com receio de que o novo partido da ex-senadora Marina Silva não consiga ser oficializado para concorrer às eleições de 2014, parlamentares que estavam em negociação decidiram adiar a mudança para a Rede, nome escolhido para a legenda.

A ideia de Marina e seus interlocutores é fazer uma nova rodada de conversas quando o cenário para formalizar o partido estiver mais claro.

Para ser criado, a Rede precisa recolher 500 mil assinaturas em pelo menos nove Estados. Esse processo precisa ser concluído até setembro deste ano para que a nova sigla seja credenciada para participar das eleições de 2014.

A ex-senadora e colaboradores admitem que a coleta de assinaturas para a criação da sigla é um desafio, mas apostam na mobilização, especialmente pela internet, para tirar a legenda do papel.

A expectativa de Marina era apresentar no lançamento da Rede uma bancada de pelo menos seis deputados federais, mas só três foram anunciados como fundadores: Domingos Dutra (PT-MA), Walter Feldman (PSDB-SP) e Alfredo Sirkis (PV-RJ).

Também já anunciaram o embarque a deputada estadual Aspásia Camargo (PV-RJ) e os vereadores Ricardo Young (SP), Jefferson Moreno (RJ) e Heloísa Helena (AL).

A Rede também conversou com os deputados Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Reguffe (PDT-DF) e Alessandro Molon (PT-RJ), além do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e da ex-senadora Serys Slhessarenko.

Serys disse que teve conversas preliminares com a equipe de Marina e que estava esperando a consolidação do novo partido. "A gente tem de esperar consolidar as questões aqui e depois ver a questão eleitoral", afirmou.

Reguffe circulou pelo local e prometeu ajudar na coleta de assinaturas. "Não pretendo sair do PDT, mas vou ajudar a recolher assinaturas porque é justo e democrático que a Marina possa disputar a Presidência", disse.

Suplicy seguiu o mesmo discurso e até assinou a ficha para a criação do partido. Ao lado de Marina e Heloísa Helena, ele afirmou que ficou "tentado a cair na Rede", mas disse que se comprometeu a permanecer no PT enquanto o partido aderir a suas propostas, como a renda mínima e a transparência nos gastos do governo.

Por ora, a ordem na futura legenda é minimizar a ausência de estrelas da política. A ex-senadora, em entrevista concedida anteontem, disse que não haverá "recrutamento" de parlamentares.

"Ninguém está à caça de parlamentar, nem fazendo tudo para ter bancada. As pessoas virão por identidade programática, por coerência com as regras da Rede. Muitos dos nossos aliados continuarão em seus próprios partidos."

O estatuto do futuro partido prevê pontos polêmicos para sua bancada, como o limite de uma reeleição e a exigência de que só poderá assumir cargo no Executivo quem renunciar ao mandato parlamentar.

Fonte: Folha de S. Paulo

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