Racha entre os irmãos Gomes e Eduardo Campos é explorado pelas lideranças petistas
André Pires
O ataque de Ciro Gomes (PSB/ CE) à possível candidatura do correligionário Eduardo Campos (PSB/PE) oferece ao PT a corda necessária para tentar enforcar um adversário perigoso para a reeleição de Dilma Rousseff. O racha interno do PSB será alimentado pelas lideranças petistas, que estão, cada vez mais, próximas de Cid Gomes, governador do Ceará e irmão de Ciro. Ontem, a presidente Dilma se reuniu com o peessebista, que também se encontrará com Lula amanhã, em Fortaleza. Esta fragilidade do partido é antiga. E dentro do PSB muitos achavam que estava cicatrizada. “Era uma briga que estava adormecida. Ela existe desde que o Eduardo foi contra a candidatura do Ciro em 2010. O partido abriu mão e apoiou a Dilma, o que não agradou o Ciro. Agora, ele está tomando a atitude contrária”, afirma o senador João Alberto Capiberibe (PSB/ AP), que espera que os líderes encontrem o consenso na próxima reunião do partido. Mesmo sem os irmãos Gomes terem poder de vetar a candidatura de Campos, o PT vê a possibilidade de enfraquecê-la ao retirar militantes cearenses da campanha e de expor problemas internos do partido. “O PT tem interesse em fomentar um debate interno dentro do PSB para diminuir a importância de uma possível candidatura, como a do Campos. É inegável que eles têm interesse nesta briga interna”, afirma o senador.
Dentro do PSB, a candidatura de Campos é vista como inevitável. Apesar disso, todos garantem apoiar a presidente Dilma no resto de seu mandato. “Sempre fomos aliados, mesmo quando lançamos a candidatura de Anthony Garotinho (2002). No segunto turno, nós apoiamos o Lula”, lembra Capiberibe. O distanciamento do governador Eduardo Campos do PT, que ficou evidenciada na festa de 33 anos do partido, quando o presidente nacional do PSB não compareceu e enviou o vice-presidente, Roberto Amaral, preocupa os petistas. Com grande força no Nordeste, Campos poderia roubar votos de Dilma. Dirigentes do PSB insistem em negar o racha interno e criticam a postura dos petistas de alimentarem a discórdia. No entanto, ontem, Ciro Gomes voltou a dizer que Eduardo Campos não apresenta ideias para melhorar a situação do Brasil durante um evento para empresários, em Salvador, mostrando que a divisão do partido está viva. Além disso, criticou a aliança do PT com o PMDB, mas garantiu que segue apoiando a reeleição de Dilma Rousseff.
Fonte: Brasil Econômico
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