2014. Eleição para o governo de Minas, no próximo ano, não deverá repetir polarização ocorrida em 2010
PT e PSDB tentam atrair peemedebistas, que resistem à formação de alianças
Larissa Arantes
Tucanos e petistas estão mobilizados internamente para tirar o PMDB da disputa pelo governo de Minas Gerais em 2014. Os dois partidos estão preocupados com a disposição dos peemedebistas em lançar o nome do senador Clésio Andrade (PMDB-MG) e, com isso, enfraquecer os nomes do PT e do PSDB.
Ambos não podem contar mais com a polarização que ocorreu em 2010, o que acabaria beneficiando uma das duas siglas novamente. E o PSDB ainda vive o dilema da escolha de seu candidato.
Naquele ano, o PSDB reelegeu o governador Antonio Anastasia, e o PT se uniu com o PMDB, tendo Hélio Costa na cabeça de chapa e Patrus Ananias como vice.
"Não acredito que PMDB e PT formarão novamente uma chapa. Até porque, ao que tudo indica, o ministro Fernando Pimentel irá mesmo concorrer", destacou Clésio Andrade. O senador ainda foi enfático ao dizer que "o PMDB terá candidato próprio".
No lado petista, no entanto, a união das duas legendas ainda no primeiro turno não está descartada. O presidente estadual do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, confirma que o nome é mesmo o do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. "PT e PMDB têm que estar juntos", disse.
O PSDB também busca uma candidatura da base de Anastasia, mas terá que resolver de onde sairá o nome, tendo em vista a ampla base aliada ao governador.
"O nome do PSDB será o nome das forças aliadas", afirmou o deputado federal e presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana. "Eu não acredito nessa hipótese de o PMDB sair sozinho. Ou irão compôr com a gente ou com o PT", avaliou. Mesmo com a avaliação, Pestana confirma que os tucanos têm "canais abertos" com os peemedebistas do Estado.
Batalha. Tendo 2014 como objetivo ou não, fato é que tanto o PT quanto o PSDB adotaram estratégias de atração do PMDB para seus campos de influência.
No mês passado, lideranças do PMDB admitiam o diálogo cada vez mais próximo com a cúpula tucana do Estado, cogitando, inclusive, integrar a base de Anastasia. O governador negou, mas, nos bastidores da Assembleia de Minas, chegou-se a comentar que espaços nobres haviam sido oferecidos ao partido para que mudasse de posição.
Na esfera nacional, o PT estuda dar aos peemedebistas um ministério na próxima reforma que será feita pela presidente Dilma Rousseff. A pasta dos Transportes é a mais cobiçada. A dúvida, porém, é o nome que seria contemplado: o do presidente estadual, Antônio Andrade, ou o do deputado federal Leonardo Quintão.
Guerra entre aliados já é uma realidade no Rio
Enquanto em Minas Gerais, apesar das indefinições que ainda rondam a disputa de 2014, PT e PMDB discutem suas candidaturas em clima amistoso, no Rio de Janeiro, essas legendas estão em pé de guerra.
Nesta semana, o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, chegou a dizer que o senador Lindbergh Farias (PT) tem uma conduta de "moleque e age como carreirista", em referência à recente pré-campanha iniciada pelo petista ao governo do Rio na televisão. Os peemedebistas do Estado desejam o apoio do PT ao candidato do partido e repudiaram a decisão do senador de lançar o seu nome ao pleito.
O embate ficou ainda mais acirrado com a postura do presidente nacional do PT, Rui Falcão, que foi enfático ao dizer que a candidatura de Lindbergh "é para valer".
Fonte: O Tempo (MG)
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