domingo, 3 de março de 2013

Divisão do PT diante de ataque do PMDB pode jogar Lindbergh no colo do PSB

Apesar dos 2.330 quilômetro que separam Japeri e Recife, a cidade da Baixada Fluminense e a capital pernambucana estão mais próximas do que supõe o PT do Rio. Na sexta-feira, foi por Japeri que o senador Lindbergh Farias (PT) começou as viagens em que vai ouvir os problemas da população do Rio. O senador considera a estratégia essencial para sua candidatura ao governo estadual em 2014. Mas, diante do PT intimidado pelo PMDB, talvez esteja em Recife a solução para Lindbergh.

Na sexta, políticos próximos do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), provável candidato a presidente em 2014, garantiram que o PSB o filiaria para que ele se candidate pela sigla.

— Só uma criança acharia que Lindbergh vai ter legenda pelo PT. Ele sabe disso. O Lindbergh é simpático, é jovem, combina com o Eduardo — sugeriu o deputado Márcio França (SP), um dos mais próximos de Campos.

— Temos história de coerência e luta pelo povo. Admiramos Lindbergh — disse Rodrigo Rollemberg (DF), líder do PSB no Senado.

Na sexta, após passar a noite na casa de um militante de Japeri, Lindbergh criticou a urbanização precária:

— É lama por todo o lado. A população sofre aqui, viu?

Foi enfático ao negar a chance de ir para o PSB.

— O Lula jamais me pediria para não ser candidato.

Neves vai ter que se explicar

Para evitar a saia-justa de encontrar Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, o senador não encontrou Dilma Rousseff, que cumpriu agenda ao lado da dupla. Em seu discurso, a presidente chamou Pezão de “querido” e defendeu como é boa a aliança com o PMDB para o Rio.
Já no PT, a declaração de apoio de Rodrigo Neves a Pezão colocou o partido em nova encruzilhada. O presidente estadual do partido, Jorge Florêncio, afirmou que Neves será convocado a se explicar. O PT quer saber se é uma traição ou se Neves declarou o apoio só para agradar o governo do estado.

— Temos que ver qual é a do Rodrigo — cobrou.

O PT agora discute se deixa o governo Cabral, opção defendida por Lindbergh. Já o deputado Alessandro Molon vai propor a aprovação de moção de apoio à candidatura própria. Contra o relógio, o PT tenta que Lindbergh não caia no colo do PSB.

— Isso atrapalharia a campanha da própria Dilma — avaliou um deputado do PT.


Fonte: Jornal Extra

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