BRASÍLIA - Um dos alvos da manobra articulada para a votação do projeto que inibe a criação de partidos, a ex-senadora Marina Silva disse que há uma "guerra política" contra o partido que ela tenta montar para viabilizar sua candidatura presidencial em 2014.
"Acho que é claramente um processo casuístico. Estão querendo fazer uma guerra política contra a Rede", afirmou.
Marina e seus apoiadores correm contra o tempo para recolher assinaturas necessárias para montar a Rede Sustentabilidade.
Para que a ex-senadora concorra ao Planalto, sua legenda deve estar concluída até pelo menos um ano antes da eleição, ou seja, no início de outubro.
Em 2010, Marina concorreu à Presidência pelo PV, sigla que abandonou após se desentender com a cúpula do partido. Na ocasião, ficou em terceiro lugar na disputa.
"Eles anteciparam as eleições e estão fazendo como uma prevenção contra qualquer coisa que possa sair do roteiro. E a forma de continuar no poder é sufocando qualquer ideia nova", disse a senadora.
Segundo ela, a democracia acaba prejudicada. "Querendo prejudicar uma nova forma de expressão política, aí se comete esse tipo de atrocidade. É a ética de circunstância."
A ex-senadora afirmou que vai acompanhar a votação do projeto no Senado e disse esperar um "diálogo mais próximo" com os ex-colegas.
"Não precisa uma operação de guerra dessas para sufocar uma força política que não está recrutando deputados e senadores. Essa linguagem de cooptação não é nossa. Estão assombrados com a sua própria sombra."
Fonte: Folha de S. Paulo
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