Ex-senadora classificou projeto aprovado na Câmara de "golpista"
Gustavo Uribe
SÃO PAULO - Uma das principais prejudicadas pela proposta que reduz o tempo de propaganda eleitoral e o acesso ao Fundo Partidário para novas siglas, a ex-senadora Marina Silva criticou ontem o PT por ter apoiado o projeto e acusou o governo federal de atuar para evitar a criação da Rede. Em entrevista ao GLOBO, a ex-ministra avaliou a aprovação da iniciativa pela Câmara dos Deputados como um "casuísmo contra a democracia" e uma "manobra golpista" para sufocar a renovação política.
Na avaliação dela, o governo federal antecipou a campanha eleitoral e tem se valido de meios para não ser surpreendido novamente em 2014. Nas últimas eleições, em 2010, os votos obtidos por Marina Silva ajudaram a levar a disputa eleitoral para o segundo turno. Para ela, ao defender a iniciativa, o PT contraria a sua trajetória democrática.
- No passado, foram feitas manobras para evitar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pudesse expressar as suas ideias e pudesse organizar um partido. Não entendo como estão fazendo o mesmo conosco, aliando-se com aqueles que no passado tentaram sufocar a força do PT - disse.
Para ela, a eventual candidatura do governador Eduardo Campos (Pernambuco) ao Palácio do Planalto é "legítima" e positiva ao viabilizar uma nova alternativa para o primeiro turno da disputa eleitoral. Ela também considerou que a presidente Dilma Rousseff ainda não imprimiu uma marca em sua gestão e, até agora, representou um retrocesso para a política ambiental.
Ontem, a Rede conseguiu uma vitória na Justiça: a nova sigla obteve direito ao CNPJ.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário