sábado, 4 de maio de 2013

Aécio deixa palanque onde Dilma discursava

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), possível candidato à sucessão presidencial em 2014, abandonou o palanque que dividia com a presidente Dilma Rousseff, ontem, na abertura da ExpoZebu, em Uberaba. Sua assessoria alegou que ele tinha um compromisso. Aécio e Dilma se cumprimentaram no início do evento, conversaram rapidamente e se reencontraram depois em almoço, com a presença do ex-presidente Lula

Aécio evita exposição ao lado de Dilma e deixa palanque

Tucano ficou poucos minutos ao Lado da petista em feira agropecuária e deixou ex-prefeito Kassab esperando em jantar

Ricardo Erandt (Enviado especial)

UBERABA (MG) - O senador Aécio Neves (PSDB- MG), possível candidato ao Planalto, quebrou o protocolo ontem e deixou o palanque que dividia com a presidente Dilma Rousseff, principal convidada da festa de abertura da 79.a ExpoZebu, em Uberaba (MG), minutos depois do início do evento. A petista e o tucano ainda se encontrariam novamente na cidade do Triângulo Mineiro e quase tiveram a companhia de outro potencial candidato - o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

Dilma chegou atrasada à abertura da feira agropecuária, uma das maiores do País, marcada para as íoh. Aécio já estava no palanque, ao lado do governa¬dor mineiro, Antonio Anastasia (PSDB). O senador e a presidente se cumprimentaram com um abraço e dois beijos e trocaram sorrisos amistosos. Depois, o trio conversou cerca de dois minutos em frente das câmeras.

Após cerca de 15 minutos do início do evento, Aécio surpreendeu. O tucano, que na noite anterior e durante a semana criticou o governo Dilma por causa dos índices de inflação e atacou o PT, levantou-se e saiu.

Segundo sua assessoria, o senador havia marcado compromisso com o pecuarista Mario Franco Júnior, amigo de infância e seu anfitrião. Apesar disso, Dilma não deixou de cumprimentar no início de seu discurso o senador ausente. Por sua vez, Anastasia, que tradicionalmente cita Aécio em suas falas públicas, não mencionou seu nome ao perceber que o antecessor não estava no palco.

Feijoada. O segundo encontro entre Dilma e Aécio ocorreu na tradicional feijoada oferecida por Jonas Barcellos, um dos maiores criadores de gado zebu do País. O pecuarista oferece o almoço em sua fazenda para receber o presidente da República e autoridades que participam da abertura da ExpoZebu.

Na Fazenda Mata Velha, Dilma encontrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hospedado no local desde a noite anterior, Aécio, que todo ano vai à feijoada, chegou por volta das 14h.50, quando Dilma e Lula já estavam no café. O tucano foi recebido por Barcellos, que estava com a presidente, o ex-presidente e assessores na casasede, distante das mesas do evento. No encontro, não se falou em política. Logo em seguida, Dilma e Lula foram embora.

Em 2010, Dilma se encontrou com o então pré-candidato do PSDB José Serra. Barcellos colo¬cou os dois na mesma mesa. Eles comeram feijoada juntos.

Olho no relógio

Na noite anterior, em jantar oferecido pelo deputado Marcos Montes (PSD- MG) para Anastasia, Aécio chegou por volta das 23I1, evitando assim encontrar no local o ex- prefeito paulistano Gilberto Kassab, presidente do PSD.

"Nós não temos que, em cada encontro desse, tratar de política e de eleições. O partido do prefeito Kassab deu uma sinalização clara de apoio à presidente Dilma, e nosso campo é ou¬tro”, disse Aécio. “Nós vamos construir um projeto alternativo ao Brasil. Alianças virão no momento certo, não é agora.” Quem deveria estar presente e acabou desmarcando na últi¬ma semana foi Eduardo Campos. “Nos encontramos uns dois meses atrás e ele me disse que queria vir para o jantar que tradicionalmente faço no dia anterior da abertura para o governador. Semana passada o pessoal dele me ligou dizendo que ele não poderia vir”, contou Montes. A justificativa oficial foi uma agenda no interior de Pernambuco envolvendo o problema da seca no Estado, mas a reportagem apurou que Campos preferiu evitar o constrangi¬mento de encontrar Aécio e Kassab ao mesmo tempo.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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