Com a pré-candidatura a presidente do tucano Aécio Neves, a corrida pelo Planalto se estabiliza entre quatro postulantes principais no ano que vem. Além do nome do PSDB, estarão no páreo Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (Rede) e Eduardo Campos (PSB).
Mas 2014 pode ter um número bem maior de postulantes. Mesmo com chances reduzidas de vitória, vários partidos podem preferir lançar nomes próprios.
Há três razões para esse cenário vir a se formar. Uma delas é que a verticalização estará totalmente derrubada. Essa regra vigorou por um tempo até o Congresso alterar a Constituição. Enquanto existiu, obrigava os partidos a terem coerência nas alianças eleitorais --não era possível apoiar um candidato a presidente pelo PT e um nome do PSDB para governador. Agora, valerá tudo.
A segunda razão é que os partidos pequenos sabem que um candidato a presidente ajuda na eleição de deputados. A agremiação concorrendo ao Planalto fica com o tempo de TV para massificar seu número de legenda. No Brasil, isso vale ouro. A votação é por meio de um teclado numérico.
A terceira razão é o limite da fisiologia. O "espetáculo do crescimento" dos ministérios não dá conta de abrigar a todos os aliados. Tome-se o caso do PSC (Partido Social Cristão), que anunciou o desejo de ter candidato próprio a presidente no ano que vem. Em 2010, deu seu tempo de TV para Dilma Rousseff. Não ganhou um ministério até hoje --apesar de siglas menores como o PRB e o PC do B já estarem na Esplanada dilmista.
O PSC elegeu 17 deputados em 2010. Apoia o Palácio do Planalto no Congresso. Mas é conservador, defende os valores cristãos e se diz pró-família. Não combina com o viés liberal da administração dilmista.
Tudo considerado, a formação da mega-aliança partidária para reeleger Dilma Rousseff no primeiro turno em 2014 é ainda uma tarefa difícil e complexa.
Fonte: Folha de S. Paulo
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