Governador considera "naturais" resistências no PSB à sua candidatura, mas alerta que posição será definida pela base
Sem reconhecer ter havido um recuo no seu projeto presidencial, o governador Eduardo Campos (PSB) procurou não demonstrar qualquer traço de desconforto político com os obstáculos internos que têm aparecido contra seu voo nacional. Ao longo do último mês, tornou-se uma constante a pregação de alguns de seus companheiros de partido em favor do apoio do PSB à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). A mais recente foi publicada, ontem, pelo jornal Folha de S. Paulo e partiu do governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB).
Na tentativa de evitar embates públicos com correligionários, Eduardo classificou como "naturais" as manifestações de resistência à sua candidatura, mas alertou que a posição do partido só será definida pelas "bases" e não pela "cúpula". "Estamos vendo um debate natural de um partido democrático. Agora, o PSB vai decidir na hora certa, pelo seu fuso horário", frisou.
O processo, segundo ele, só acontecerá no ano da eleição presidencial. "Nosso calendário vai começar pela ausculta às bases partidárias, como fizemos em outras eleições. Não será um debate da cúpula. Será um debate da base", assegurou o socialista, que é presidente nacional da legenda.
Na segunda-feira (20), Camilo Capiberibe afirmou que o momento de provocar "alternância de poder" no âmbito federal é 2018 e que, por isso, o "melhor" seria o PSB continuar na base do governo Dilma. Antes dele, os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e do Ceará, Cid Gomes (PSB), já haviam expressado a mesma opinião, assim como o ex-ministro Ciro Gomes (PSB). As manifestações pró-Dilma dentro do PSB somadas ao "freio" nas críticas ao governo federal por parte de Eduardo motivaram rumores de que o governador teria decidido colocar "de molho" sua pretensão presidencial. Fato que ele negou ontem.
"Não vejo mudança de comportamento. Vejo pessoas dizendo que acelerei, que desacelerei e meu pé no acelerador continua no canto", rebateu, sorrindo. Porém, ao mesmo tempo em que sugeriu que sua articulação para lançar-se como candidato a presidente permanece "de pé", ele desconversou sobre as últimas declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em matéria publicada ontem, o tucano disse ter ouvido do socialista a confirmação a respeito de sua candidatura. "O que falo nas conversas privadas não se altera quando falo em público. Como disse o próprio presidente, as circunstâncias é que vão dizer qual papel o PSB jogará para ajudar o Brasil. Isso será decidido na hora certa", afirmou.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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