Leonardo Augusto
A euforia dos tucanos de Minas Gerais com a possibilidade de candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República tem o que pode ser considerado uma pequena área de eclipse. Depois de duas eleições fazendo vista grossa para o comportamento de prefeitos, vereadores e lideranças que se recusaram a pedir votos para os candidatos do partido ao governo federal – Geraldo Alckmin, em 2006, e José Serra, em 2010 – a legenda tem agora que garantir a fidelidade dos correligionários em torno de Aécio no ano que vem, tendo como principal preocupação o poder financeiro do Palácio do Planalto.
A falta de entusiasmo dos prefeitos e vereadores tucanos com seus últimos candidatos ao governo federal chegou a se transformar em movimento. Em 2006, foi o Lulécio, com integrantes do partido fazendo campanha para as reeleições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador Aécio Neves. Na eleição seguinte veio o Dilmasia, com pedidos de votos para Dilma Rousseff (PT), na disputa pelo governo federal, e Antonio Augusto Anastasia (PSDB), para o Palácio da Liberdade.
O vice-presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado federal Domingos Sávio, acredita que a coesão em torno de Aécio Neves acontecerá em função do que chama "a força do grupo político liderado pelo senador". Para o parlamentar, partidos alinhados ao tucano em Minas, e que também fazem parte da base da presidente Dilma no Congresso Nacional, tendem a abandonar a presidente no estado. "O PP já está fazendo isso ao dar indícios de que não pretende fechar coligações no plano federal no ano que vem. Não estranharia se outros partidos seguissem o mesmo caminho", diz Domingos Sávio. O PP em Minas tem o vice-governador Alberto Pinto Coelho como possível candidato ao governo de Minas. No governo federal, comanda o Ministério das Cidades.
O deputado federal Lafayette Andrada vê um outro caminho para que o PSDB consiga evitar a perda da boiada. Segundo ele, nos próximos meses o governo do estado tende a iniciar liberações de verbas para realização de obras nos municípios. Está prevista, por exemplo, a retomada do programa Caminhos de Minas, que prevê recursos para asfaltar estradas. O dinheiro virá de empréstimos. "Outros investimentos em saúde e educação, por exemplo, já estão acontecendo", diz o parlamentar.
Caça Além de tentar domar as lideranças que estão mais próximas da população, o PSDB arma estratégia para garantir chapas competitivas para disputa de vagas na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa no ano que vem. Em jantar realizado na noite de segunda-feira com a participação de deputados estaduais e federais do partido, os tucanos decidiram aumentar a busca por lideranças de expressão nas 50 maiores cidades do estado. Os tucanos querem ainda que integrantes do governo Anastasia que ainda não têm partido, e que querem disputar as eleições do ano que vem, disputem o pleito pelo partido. O prazo para filiação de quem pretende se candidatar em 2014 termina em outubro.
Fonte: Estado de Minas
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