Tânia Monteiro
BRASÍLIA - A presidente Dilma Roussef mostrou preocupação com a decisão de Marina Silva de se unir a Eduardo Campos durante reuniões com líderes da base aliada do Congresso realizada ontem no Palácio do Planalto. "Marina não é qualquer pessoa", disse nos encontros com deputados e senadores. De acordo com relato de dois deputados presentes na primeira reunião, após ouvir a avaliação da maioria dos líderes de que a ida. de Marina para o PSB enfraqueceria o peso eleitoral da ex-ministra em relação aos 20 milhões de votos obtidos na eleição passada, Dilma fez questão de ressalvar que "não se pode desconsiderar a importância de Marina", para emendar: "Marina não é qualquer pessoa",
O discurso dos aliados, porém, está afinado nas críticas à situação dos tucanos e de seu candidato à Presidência, senador Aécio Neves, que segundo eles foram os que mais perderam com a parceria entre Marina e Campos, Na avaliação do líder do PT na Câmara, José Guimarães, por exemplo, quanto menos candidaturas houver no ano que vem, maiores as chances de a presidente faturar é o momento de "bater boca" com o governador de Pernambuco, porque "houve esta separação e serei o primeiro a defender, em 2014, que o Eduardo volte para o palanque da Dilma".
Na conversa com os líderes governistas, a presidente foi muito cuidadosa ao tratar do tema Marina e preferiu aproveitar o assunto para questionar a forma como ocorre hoje a criação dos partidos políticos, querendo informações de como são feitas as certificações e a aferição de assinaturas.
Repetição. O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes, lembrou que dois partidos foram criados agora e que há outros 25 na fila esperando sua vez. O líder do PDT, deputado Marcos Rogério, criticou o que chamou de "precariedade do processo de certificação dos partidos". "Marina não é uma pessoa qualquer", disse Eduardo Braga negou, no entanto, que estivesse reproduzindo uma fala da presidente da República.
"Costelas" do projeto petista
Em fevereiro deste ano, o senador Aécio Neves (PSDB: MG) classificou as possíveis candidaturas de Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva como "costelas de um projeto inicial do governo do PT". "São forças que se distancia; ram do governo", disse em entrevista ao Estado. Aécio elogiou as eventuais candidaturas, mas procurou se diferenciar: "Nós (PSDB) não estamos no divã. Somos claramente oposição ao governo do PT." No sábado, o mineiro disse que o9 ingresso de Marina no PSB "fortalece o campo político das oposições".
Fonte: O Estado de S. Paulo
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