Encontro reuniu também Mantega, Haddad e deputados petistas
SÃO PAULO- Em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), afirmou que a aliança entre a ex-ministra Marina Silva e o governador Eduardo Campos (PSB-PE) modifica a disputa eleitoral, saindo da polarização entre os feitos de governos tucanos e petistas:
— Minha avaliação é que este é um processo que daqui para adiante muda o caráter da disputa eleitoral. Não vai ser mais uma disputa entre a memória do governo Fernando Henrique Cardoso e a memória dos governos Lula e Dilma. Vai ser uma disputa sobre o futuro: o que os candidatos e as coalizões dizem que vão fazer sobre o que conquistamos até agora.
A avaliação de Tarso foi feita durante almoço e palestra do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para petistas e convidados do Instituto Lula em São Paulo. Segundo o governador, Lula apenas ouviu sua opinião em silêncio:
— É uma mudança no padrão de disputa política. Essa opinião, exprimi também para o (ex-)presidente, que ouviu apenas — contou Tarso.
Há duas semanas, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, divulgou uma nota oficial que irritou Eduardo Campos, presidente do PSB, afirmando que a disputa eleitoral se daria em torno de dois projetos políticos o do PT, que ele considera progressista, e o do PSDB, que considera conservador.
O governador gaúcho avaliou ainda que o pré-candidato do PSDB, o senador mineiro Aécio Neves, foi o mais afetado pela aliança, anunciada no sábado.
— Quem esvazia sua potencialidade eleitoral no primeiro momento é Aécio. Mas a gente ainda não sabe qual o grau de integração entre Marina, Heráclito e o Eduardo Campos— disse o governador, referindo-se ao ex-senador Heráclito Fortes, do Piauí, que deixou o DEM para filiar-se ao PSB.
Depois da palestra do ministro da Fazenda, Lula almoçou com os convidados, entre eles Rui Falcão, deputados petistas e o senador Wellington Dias (PT~ PI). Em sua mesa, Mantega, Tarso, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o empresário José Seripieri Júnior. Petistas que participaram do encontro afirmaram que Lula não tratou do ingresso de Marina no PSB.
Fonte: O Globo
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