Disputa por aliados no RS
Apoio de ex-senadora a Eduardo Campos, pré-candidato a presidente, mexe na briga por alianças com concorrentes ao Piratini
Juliana Bublitz
Com as principais candidaturas à Presidência praticamente definidas, começa a se esboçar uma disputa acirrada por palanques – e votos – nos Estados. No Rio Grande do Sul, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE) brigam por aliados, e o foco do assédio tem nome: Ana Amélia Lemos (PP). Já a presidente Dilma Rousseff tem o apoio do governador Tarso Genro, que também concorrerá à reeleição pelo PT.
A um ano do pleito, a corrida ganhou novos contornos com a reviravolta provocada por Marina Silva no último sábado. Ao se filiar ao PSB e aceitar a possibilidade de ser vice de Campos, a ex-senadora acelerou a disputa por alianças regionais.
No RS, Ana Amélia está no centro das atenções por aparecer nas pesquisas como a maior aposta da oposição a Tarso. Mesmo que a candidatura ainda não esteja confirmada, o PP vem sendo sondado por siglas como PSB, PSDB, PMDB e até PDT, que segue nos governos Tarso e Dilma, mas está dividido.
– Nossa única certeza é de que não apoiaremos Dilma, nem que o PP nacional nos obrigue. Em relação aos outros partidos, não vamos decidir nada antes de abril – diz o presidente estadual do PP, Celso Bernardi.
Duas possibilidades se sobressaem à sigla: ter como vice o PSB ou o PSDB e, assim, assegurar palanque para Campos ou Aécio. O governador de Pernambuco teria saído em vantagem na briga, mas nem todos acreditam que o jogo está ganho.
– A chegada da Marina vai colocar o PP mais perto do Aécio. As posições dela na área rural são muito diferentes das que defende a Ana Amélia. Isso vai pesar na decisão – diz o presidente estadual do PSDB, Adilson Troca.
As executivas estaduais de PMDB e PDT seguem trabalhando para ter candidaturas próprias, mas continuam abertas ao diálogo. Romildo Bolzan Jr., presidente do PDT, admite que a legenda pode acabar se dividindo entre Dilma e Campos. Edson Brum, presidente do PMDB, não descarta um eventual apoio à presidente:
– Se Dilma quiser, terá de garantir que virá para o nosso palanque. Pode até ir para o do Tarso também, mas não abrimos mão. Sem isso, não existe a menor chance. Outra possibilidade é apoiarmos o PSB. Ainda é cedo para decidir.
Fonte: Zero Hora (RS)
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