A boa notícia para Dilma é óbvia e, portanto, era esperada: com uma candidatura a menos, justamente a da segunda colocada, a presidente seria reeleita em primeiro turno, caso a eleição fosse hoje.
Mas falta ainda um ano e a má notícia para Dilma e o PT é a resposta que o Datafolha captou para a pergunta que não quer calar desde a ida de Marina Silva para o PSB: ela leva ou não seus votos para Eduardo Campos?
Num primeiro olhar, o espólio de Marina é diluído quase que igualmente por Dilma, Campos e Aécio. Num olhar mais atento, entretanto, vê-se que ela transfere votos, sim, para o novo parceiro Campos.
Em eventual segundo turno, Dilma e Michel Temer teriam 46% contra 37% da chapa Campos-Marina. Não é uma situação confortável a um ano da eleição, até porque a dupla do governo é amplamente conhecida, enquanto 43% dos eleitores simplesmente não sabem quem é Campos. Logo, ele tem bom potencial de crescimento, agora empurrado por Marina.
Os novos aliados, porém, terão um aquecimento atribulado até o início oficial do jogo. No confronto nome a nome, Marina ainda é a principal opção oposicionista, enquanto Campos continua na lanterninha.
Campos precisa ter nervos de aço para suportar a pressão e a expressiva vantagem competitiva de Marina. E Marina precisa controlar, ou adiar, sua determinação em ser presidente da República.
Quanto a Aécio, discreto estava, discreto continua nas pesquisas. Com o agravante de que Dilma tem Lula, a caneta, a exposição e os palanques --até com taxistas de Brasília. E Campos tem Marina e atrai os holofotes como novidade e grande incógnita que é. E Aécio, a que veio? Só para conversar?
O mérito da pesquisa divulgada ontem, portanto, é confirmar que tem jogo. A eleição não está decidida. É difícil competir com o arsenal da gigante Dilma, mas os "anões" da oposição têm lá suas armas.
Fonte: Folha de S. Paulo
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