2014. Em resposta ao pronunciamento da presidente, governador diz que pior erro é não ter capacidade de enxergar os erros. "A gente não pode sair botando culpa nos outros"
Após passar 2013 inteiro criticando a política econômica do governo Dilma Rousseff (PT) - ou fazendo alertas, como preferia classificar -, o governador Eduardo Campos (PSB) cobrou, ontem, na última entrevista do ano em que consolidou seu projeto de disputar a Presidência da República, "humildade para reconhecer as coisas que precisam ser consertadas". Em mais uma alfinetada ao governo federal, ele avaliou que o "pior erro" de um País é não ter a capacidade de enxergar defeitos.
A declaração foi a resposta dada ao ser questionado sobre o pronunciamento de fim da ano da presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional de TV, no domingo (29), quando ela acusou "alguns setores" de fazerem "guerra psicológica" com a economia, o que acabaria afastando investimentos no País. Com discurso focado na área econômica - uma das mais criticadas pela oposição -, a petista ainda reafirmou a promessa de manter o equilíbrio das contas públicas e da inflação.
Ao mencionar os problemas macroeconômicos vividos atualmente pela economia, Eduardo defendeu que as deficiências "não precisam ser escondidas". "A gente não pode sair botando culpa nos outros, a gente precisa ver qual a culpa de todos nós e como cada um pode ajudar o Brasil a reencontrar o crescimento", continuou o governador, em entrevista ao chegar na Igreja de Casa Forte, na Zona Norte do Recife, para Missa de Ação de Graças.
Ao lado do prefeito Geraldo Julio (PSB), Eduardo Campos foi "paparicado" pelo secretariado presente na cerimônia e até pelo padre responsável por conduzir a missa, Edwaldo Gomes. "Temos aqui dois governantes capazes de assumir as obrigações dos seus cargos", disse o religioso, ao longo da celebração. O pároco exaltou os governos dos socialistas e cravou que eles vão "fazer muito mais" no novo ano.
A missa acabou ganhando tom de campanha e o próprio padre cobrou do vice-governador João Lyra Neto (PSB) - sentado na primeira fila, ladeado por Eduardo Campos e Geraldo Julio - que não desfaça o legado do correligionário. Anteontem, o presidenciável avisou que renunciará ao cargo no dia 4 de abril, quando terá início automaticamente a gestão de João Lyra.
Eduardo apontou que nos três últimos anos a economia brasileira cresceu, em média, metade do que vinha progredindo no último governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A imagem do líder petista vem sendo preservada pelo presidenciável socialista nas críticas ao governo federal.
O governador ainda pregou que é preciso ter "mais tranquilidade" ao debater o Brasil, sem "afobamento", "rinha" nem "raiva". Ao ser questionado sobre a expectativa para 2014, ele defendeu que seja travado um debate democrático e sem autoritarismo. "O Brasil que sonhamos é melhor do que este em que vivemos".
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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