PSDB ingressa na gestão do presidenciável do PSB e vai comandar a Secretaria de Relações do Trabalho e Detran de Pernambuco
Monica Bemardes
RECIFE - O PSDB de Pernambuco aderiu ontem oficialmente ao governo de Eduardo Campos, provável candidato do PSB à Presidência, os tucanos assumem cargos antes ocupados pelo PTB, legenda que desembarcou da administração estadual para disputar o comando do Estado. Os tucanos vão comandar a Secretaria e Estado de Relações do Trabalho e Emprego e o Departamento de Trânsito (Detran-PE).
A aliança local entre PSDB e PSB ocorre menos de um mês após o governador pernambucano jantar com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) em um restaurante do Rio, no qual os dois conversaram sobre possíveis alianças regionais. Além de Pernambuco, os presidenciáveis avaliaram apossibilidade de dividir palanques em São Paulo, Minas, Paraíba e Rio Grande do Sul.
Ontem, Campos negou que a adesão da legenda tucana tenha relação com o cenário nacional. "Não se trata de um efeito disso ou daquilo. Nós vínhamos conversando há um tempo", afirmou. "O convite foi feito por mim ao deputado Sérgio Guerra (presidente estadual da legenda tucana) e foi aceito pelo PSDB, que indicou nomes da confiança da legenda para integrar o nosso governo. Não há relação com o cenário nacional. Cada um poderá interpretar da forma como queira. Mas repito que a relação com o PSDB aqui em Pernambuco não é de hoje, tem muito tempo".
Resistência. A aproximação de PSB e PSDB nos Estados -principalmente em São Paulo -, no entanto, encontra resistência na ex-ministra Marina Silva, que ingressou no PSB em outubro após o registro do seu novo partido, a Rede Sustentabilidade, ser negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Marina e seus aliados defendem que a coligação PSB-Rede não faça alianças nem com o PSDB nem com o PT. Em São Paulo, enquanto a Rede defende lançar candidatura própria, o diretório estadual do PSB quer apoiar a reeleição do governador tucano Geraldo Alckmin.
Com a adesão à gestão de Campos, o PSDB de Pernambuco sepultou a possibilidade de lançar um candidato na disputa pelo governo do Estado. O nome deputado estadual Daniel Coelho - que deixou o PV em 2011 - vinha sendo cogitado. "Para lançarmos Daniel ao governo do Estado teríamos que ter uma estrutura maior, seja financeira, de coligações, com apoio de prefeituras. E hoje não temos isso. Nosso foco é eleger um bom número de deputados", disse Guerra.
Prefeitura. Nos bastidores ganham corpo as especulações de que os tucanos também deverão ingressar em breve na prefeitura do Recife, comandada pelo prefeito Geraldo Júlio (PSB), afilhado político de Campos.
Durante entrevista coletiva, o próprio governador apresentou os novos integrantes de sua gestão. O advogado Murilo Guerra é o nome do PSDB para a Secretaria de Relações do Trabalho e Emprego e Gaio Mello vai comandar o Detran. Na administração estadual, os tucanos terão cerca de 120 cargos comissionados à disposição.
Para Sérgio Guerra, com a aliança entre PSDB e PSB, a expectativa é que em Pernambuco Campos obtenha cerca de 60% do total de votos; a presidente Dilma Rousseff ficaria com aproximadamente 30% e Aécio com cerca de 10%.
"Em Minas, a situação seria o inverso. Aécio teria 70%, Dilma, uns 30% e Eduardo brigaria por 10%", prevê Guerra.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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