Mônica Izaguirre e Eduardo Campos - Valor Econômico
BRASÍLIA - A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fecharia 2014 em 6,1%, na hipótese de o Banco Central (BC) não promover nova elevação da taxa básica de juros na semana que vem, quando voltará a se reunir para calibrar a Selic.
As projeções para o chamado cenário de referência, que pressupõe Selic constante em 10,75% ao ano e dólar a R$ 2,35, foram divulgadas nesta quinta-feira pela autoridade monetária no Relatório Trimestral de Inflação de março. Haveria, portanto, aumento em relação a 2013, quando o índice subiu 5,91%.
Medida em 12 meses acumulados, sem novo aumento de juros, a inflação do IPCA não cairia para 4,5%, centro do intervalo da meta definida pelo governo, nem até fim do primeiro trimestre de 2016, horizonte final das projeções e momento em que estaria na casa de 5,4% ao ano.
No relatório de dezembro de 2013, o BC previa que, num cenário de juros e câmbio estáveis, ambos em outro patamar na ocasião, a inflação do IPCA seria de 5,6% em 2014 e de 5,4% em 2015.
A projeções pioraram apesar do aperto da política monetária desde dezembro passado, quando cenário de referência levava em conta uma Selic de 10% ao ano. Depois disso, o BC já promoveu duas altas na taxa básica de juro, em janeiro e fevereiro, uma de 0,5 ponto e outra de 0,25 ponto percentual, elevando a Selic a 10,75% ao ano. A taxa de câmbio considerada não mudou, pois já era de R$ 2,35.
No cenário de mercado, as projeção são de um aumento de 6,2% no IPCA em 2014 e de 5,5% no próximo calendário. No documento de dezembro, essas cifras eram 5,6% e 5,3%, respectivamente. Para o primeiro trimestre de 2016, a expectativa é de inflação de 5,2%.
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