María Corina Machado foi destituída do cargo pela Assembleia Nacional na segunda-feira
CARACAS — De volta a Caracas, María Corina Machado, deputada destituída do cargo pela Assembleia Nacional, afirmou em discurso na Praça Brión, no leste da capital, ser vítima de perseguição por parte do governo. Na segunda-feira, María Corina foi afastada após participar como representante suplente do Panamá em uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA).
— Eu sou deputada porque é o que o povo da Venezuela quer e assim seguirei até que o povo não queira mais — afirmou a parlamentar, que prometeu defender seu posto na Assembleia. — O único que pode me destituir é o povo, não a cúpula podre dirigida por Diosdado Cabello.
Nesta quarta-feira, María Corina voltou ao país acompanhada de três parlamentares peruanos e criticou Cabello, que afirmou na terça-feira que ela poderia ser presa a qualquer momento.
“A ira provocada pelo regime, que está perdido, leva a cometer graves erros. Cada novo erro confirma ao mundo que há ditadura na Venezuela”, escreveu no Twitter a deputada.
Segundo o presidente do Legislativo e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, ela perdeu sua imunidade parlamentar e pode ser detida pela Justiça. Mas um de seus advogados afirmou desconhecer qualquer ordem de prisão.
— Não temos informação de nenhuma ordem de detenção contra a deputada — informou José Amalio Graterol.
A Praça Brión foi palco há mais de um mês da entrega à Justiça de Leopoldo López, um dos símbolos da oposição radical, acusado pelo chavismo de fomentar a violência nos protestos vividos pelo país desde 4 de fevereiro, com um saldo de ao menos 36 mortos e mais de 400 detidos. López, um jovem economista que estudou em Harvard, agora passa seus dias em uma pequena cela da prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário