• Tucano sela aliança com o Solidariedade para combater ‘inflação alta e crescimento baixo’
Júnia Gama – O Globo
BRASÍLIA- Ao receber o apoio do partido Solidariedade (SDD) a sua candidatura à Presidência da República, em ato marcado por ataques à presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou ontem que conta com o aliado para enfrentar a “herança maldita” a ser deixada pelo atual governo.
Entre faixas com os dizeres “Fora, Dilma!” e “Dilma nunca mais!”, Aécio comemorou o apoio do Solidariedade, legenda criada no fim do ano passado após rompimento do deputado Paulinho da Força (SP) com o governo. Aécio afirmou que o aumento do salário mínimo será mantido e que seu futuro governo tratará a inflação com tolerância zero. Ele ainda criticou a base da presidente Dilma Rousseff no Congresso por ter impedido a aprovação de emenda de sua autoria que reajustava a tabela do imposto de renda pela inflação.
— É um momento extremamente importante em uma campanha que se inicia. O Solidariedade é o primeiro partido que formalmente se manifesta a favor do nosso projeto. Ele participará do nosso lado na formulação do nosso programa de governo, apontando equívocos do atual governo, que nos legará uma herança maldita de inflação alta e crescimento baixo.
No encontro, ocorrido em um hotel em Brasília, Paulinho da Força “ofereceu” o nome do presidente da Força Sindical, Miguel Torres, para ser vice de Aécio. O mineiro, no entanto, repetiu o que vem dizendo sobre os demais candidatos a vice em sua chapa: que a decisão só será tomada em junho, em acordo com todos os partidos da aliança.
— Política é a arte de administrar o tempo. Não tenho pressa. Antes da nossa convenção de 14 de junho, teremos uma definição da chapa, a partir de um entendimento da aliança.
Indefinição sobre vice
Paulinho da Força sinalizou que a apresentação do nome de Torres é mais simbólica do que a delimitação de um espaço pelo qual o Solidariedade pretende brigar. Além de Torres, outros cinco nomes são cotados para a chapa de Aécio: os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP), José Agripino (DEM-RN) e Ana Amélia (PP-RS), a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) e o ex-governador de São Paulo José Serra.
Nos bastidores, aliados de Aécio relatam que o nome foi colocado como uma maneira de diluir as especulações sobre Serra, que tem aparecido no noticiário como aposta de uma ala tucana para compor a chapa. Há uma avaliação, entre aqueles que não depositam tanta expectativa nessa composição, de que os demais aliados cotados para a vaga estariam ficando constrangidos com a possibilidade de Aécio fechar desde já um acordo com Serra. A intenção é, portanto, empurrar ao máximo a definição sobre a corrida presidencial.
O tom do evento foi de crítica ao governo Dilma. Logo na entrada foi montado um totem com latões imitando barris de petróleo com os dizeres “Caixa 2, Petrobras, Corrupção”, “O PT está afundando a Petrobras”, “Pasadena, Dilma assinou a compra” e a imagem da presidente no alto.
Mas, no evento, Paulinho da Força cobrou compromisso de Aécio com a pauta trabalhista. E Aécio se posicionou:
— Vamos fazer aquilo que é possível e necessário para o Brasil voltar a crescer, para controlar a inflação e permitir que indústria encontre o caminho de competitividade que vem perdendo ao longo dos anos.
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