- Três diferentes grupos de trabalhadores protestaram contra a presidente Dilma nesta sexta-feira (6) em Florianópolis (SC).
Jeferson Bertolini – Folha de S. Paulo
A presidente esteve na cidade para anunciar a liberação de recursos para obras de infraestrutura e assistir à formatura de 2.000 alunos do Pronatec –programa do governo federal para ampliar a oferta de educação profissional e tecnológica.
Enfermeiros, funcionários dos Correios e servidores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) tentaram se aproximar do local da formatura, em um centro de eventos, mas não conseguiram por causa do isolamento feito pela Polícia Militar.
O grupo, então, protestou em uma área próxima. Nem eles sabem se foram notados pela presidente. Os enfermeiros pediram que Dilma interceda pela aprovação de um projeto, em tramitação na Câmara, que regulamenta a jornada de 30 horas semanais para enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares –atualmente são 44 horas.
No protesto, eles exibiram um termo de compromisso, assinado em 2010, no qual a então candidata à Presidência se compromete "a apoiar iniciativas legislativas que garantam a jornada de trabalho de 30 horas semanais".
Gelson Albuquerque, um dos manifestantes e membro do Conselho Federal de Enfermagem, disse que a PM impediu que o grupo chegasse perto do centro de eventos onde estava a presidente. "Ninguém estava de máscara e ninguém queria briga. Mesmo assim, fomos expulsos de forma truculenta."
Salário de grevistas
Os funcionários dos Correios pediram ressarcimento dos dias de trabalho descontados após a última greve da categoria, no início do ano. Alguns deles carregavam cartazes onde se lia: "Dilma, devolve o dinheiro dos grevistas".
Os servidores da UFSC, em greve desde o início do ano, também pediram a redução da jornada de 40 horas para 30 horas semanais. Teresinha Seccato, do sindicato da categoria, disse que os servidores queriam chegar ao pátio do centro de eventos, mas a polícia só permitiu que ficassem no canteiro da rua em frente.
"A polícia impediu que a gente chegasse mais perto", acrescentou ela, que não se queixou de truculência. Segundo os manifestantes, o protesto reuniu 200 pessoas por volta das 12h, quando a presidente chegou à cidade. Três horas depois, a Folha contou 30 pessoas.
A reportagem não conseguiu falar com o comandante do policiamento para comentar o caso. Policiais que trabalhavam no centro de eventos disseram que não poderiam falar sobre o assunto.
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