sábado, 7 de junho de 2014

Especialista diz que Dilma vive hoje ‘pior momento’

• Para pesquisador, Campos não se consolida como candidato de oposição

- O Globo

SÃO PAULO- Para o cientista político Rubens Figueiredo, da USP, a pesquisa Datafolha mostra que a presidente Dilma Rousseff vive um dos piores momentos da pré-campanha eleitoral. Por trás da queda nas
pesquisas de intenções de voto e do aumento nos índices de desaprovação de seu governo está, segundo ele, a sensação do eleitor de que a economia está “muito ruim”.

— O eleitor com menos renda e com menor escolaridade, que era um eleitor de Dilma, também começou a direcionar seus votos para Aécio, e isso é ruim para a presidente. E isso acontece num momento em que a presidente vive na mídia, inaugurando obras todo dia, ganhando de dez a zero da oposição em matéria de exposição. Por isso, vejo um quadro muito desconfortável para a candidata do PT — disse Figueiredo,
lembrando que desta vez até o ex-presidente Lula caiu nas pesquisas.

Figueiredo destaca que se Dilma pensava em ganhar a eleição no primeiro turno, agora até no segundo já está cada vez mais difícil, pois a diferença que chegou a ser de 27 pontos a favor da presidente em fevereiro, agora é de apenas oito pontos percentuais.

Cláudio Couto, da Fundação Getulio Vargas, diz que todos caíram, mas acha que o mais relevante é o fato do ex-governador do Pernambuco não ter se firmado como candidato da oposição.

— A queda de Eduardo Campos é significativa. Ele não está conseguindo se firmar como o candidato da terceira via, como vem se apresentando ao eleitor. Por enquanto, Campos é o que foi sem nunca ter sido, ou seja, não está conseguido se identificar como candidato de oposição. Afinal, candidato de situação só tem uma, que é Dilma — disse Couto.

O professor da FGV explica que não esperava que a oposição crescesse agora por conta de serem menos conhecidos e de terem mídia menor que a presidente. Ele acredita que isso mude com o início da campanha de rua e com a propaganda no rádio e TV.

— Campos, por exemplo, só é conhecido por quem lê jornal, e esse número é pequeno no Brasil — afirmou Couto. l

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