- Brasil Econômico
O mercado de trabalho vem acompanhando a intensificação da queda no ritmo de produção da atividade industrial no país, que, no primeiro semestre, acumula retração de 2,6% ante igual período do ano passado. Pelo terceiro mês seguido, o emprego na indústria encolheu e registrou recuo de 0,5% em junho, contra maio.
Na comparação junho de 2013, a queda chega a 3,1%. Técnico da Pesquisa Mensal de Emprego Industrial do IBGE (Pimes), Rodrigo Lobo destaca que a sequência de resultados negativos gera uma perda de 1,6% nos últimos três meses. "O total de pessoal ocupado na indústria está 6,6% abaixo do pico histórico, que aconteceu em julho de 2008", enfatizou.
Desta vez, o enfraquecimento do mercado de trabalho industrial foi sentido em todos os 14 locais pesquisados pelo IBGE, cenário que ainda não tinha sido observado neste ano. Considerando o peso de cada região na geração de empregos no setor, São Paulo — responsável por 31% de toda a mão de obra empregada na indústria e por quase 35%da produção nacional — registrou o maior recuo.
A perda foi de 4,2%, na comparação com junho de 2013. Na análise setorial, as maiores quedas continuam sendo verificadas no segmento de meios de transporte, que incorpora a indústria automobilística e suas peças.
A retração observada no emprego foi de 5,5% na comparação com junho de 2013. Já em termos de magnitude, as quedas mais intensas, ainda na comparação anual, ficaram com os setores de refino de petróleo e álcool, que perdeu 9,1% do pessoal ocupado; máquinas e aparelhos eletrônicos e de comunicações, com recuo de 7,9% no número de empregados; calçados e couro, que caiu 7,4%; produtos de metal, com queda de 6,4% e têxtil, que perdeu 6,3% do total de pessoal ocupado.
"Mais que a indústria automobilística, toda a cadeia produtiva para frente e para trás, que envolve metalurgia, borracha, plásticos e química, vai mal. A indústria automobilística leva a reboque outros setores e impacta a indústria como um todo ", analisou Lobo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário