• "As pessoas estão acreditando, não há clima de derrota nem de entrega dos pontos", diz candidato tucano
Maria Lima e Bruno Dalvi* - O Globo
BRASÍLIA e VITÓRIA - Ancorado no histórico de candidatos que viraram o jogo na reta final, o candidato do PSDB, Aécio Neves, ainda aposta em duas linhas de ação na sua campanha de TV para tentar virar o jogo e chegar ao segundo turno: a exibição de esportistas e artistas que o apoiam e a estratégia de carimbar a candidata Marina Silva como o "PT 2".
O clima no comando da campanha melhorou e os coordenadores se apegam à ideia de que essa será uma semana de agenda positiva, com o debate da CNBB hoje e o anúncio de apoios importantes como o de Ronaldinho Fenômeno.
Além de Ronaldinho, outros esportistas, como Zico e o técnico da seleção de vôlei Bernardinho deverão aparecer no programa de TV. Artistas que já vinham aparecendo, como o cantor Fagner, terão mais espaço para popularizar o nome de Aécio em estados onde ele é pouco conhecido. Ao vincular Marina ao PT nas inserções de TV, a campanha tucana busca reconquistar o voto do eleitor que quer derrotar o PT a qualquer custo, e acha que votando em Marina pode derrotar a presidente Dilma Rousseff.
- O eleitor que correu para Marina no impulso, achando que ela poderia derrotar Dilma, agora está tendo tempo de fazer uma reflexão mais ponderada e descobrindo que ela é o PT no poder, é o PT 2. Quando eu viajo, o clima tem sido muito positivo. As pessoas estão acreditando, não há clima de derrota nem de entrega dos pontos - disse Aécio.
Os coordenadores da campanha de Aécio lembram casos de candidatos que lideraram como franco favoritos, embalados por fatores alheios à política, e que na hora "H" se desmancharam. Citam o caso da deputada Cidinha Campos (PDT-RJ), que, em 1992, popular como apresentadora de programas de TV, despontava como franca favorita na disputa pela prefeitura do Rio, mas acabou ficando fora do segundo turno, disputado entre Cesar Maia e Benedita da Silva.
Outro caso é o do empresário Antônio Ermírio de Morais, que, em 1986, chegou a polarizar a disputa pelo governo paulista com Paulo Maluf. Orestes Quércia, que até a véspera da eleição mal aparecia nas pesquisas, bateu os dois.
- Os fatos estão levando a uma melhor reflexão dos eleitores. Estamos confiante na onda da razão - disse o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato a vice na chapa de Aécio.
Para acabar com boatos de que estaria negociando apoio a Marina no 2º turno, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pretende se incorporar à campanha tucana. Ontem ele participou, com Aécio, de jantar organizado pelo empresário João Doria em apoio a Geraldo Alckmin.
Ontem, em visita ao Espírito Santo, Aécio voltou a criticar a política econômica do governo federal e disse que a recessão técnica já provoca impactos na geração de empregos no país. O tucano visitou fábricas de bebidas e móveis em Linhares, no norte do estado, e disse que as micro, pequenas e médias empresas são as que mais sofrem no país.
Aécio almoçou no restaurante de uma das fábricas, acompanhado do candidato do PMDB ao governo do estado, Paulo Hartung, e afirmou que o governo do PT não tem mais condições de retomar o crescimento e gerar novos empregos:
- Esse é o lado perverso da crise econômica que se abateu sobre o país pela absoluta incapacidade do atual governo de enfrentá-la. O governo do PT transformou o país em um Estado unitário, quase todos os municípios dependentes da boa vontade, do bom humor do governo federal e da presidente de plantão. O governo do PT demonizou durante 10 anos as parcerias com o setor privado e o tempo se foi. Os empregos estão fugindo pela perda de competitividade de quem produz no Brasil. A nossa proposta é oposição ao aparelhamento da máquina pública, ao descompromisso com a ética, à incapacidade de fazer o Brasil crescer. (* Especial para o GLOBO )
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