• Auxiliares de Dilma veem prejuízo na base aliada, mas lembram que Costa mantinha contato com os mais variados partidos
Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O alívio que as recentes pesquisas eleitorais deram à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff foi interrompido nesta sexta-feira, 5, depois que o portal do Estado revelou que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa apontou em seu depoimento à Polícia Federal que pelo menos 32 parlamentares, um governador e cinco partidos políticos receberam propina decorrentes de contratos negociados pela estatal com outras empresas.
Assim que desembarcou em Brasília, no final da tarde desta sexta, depois de dias de uma agenda carregada em campanha nos últimos dias, Dilma convocou uma reunião de emergência no Palácio da Alvorada para avaliar o estrago da denúncia. O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, foi o primeiro a se reunir com ela.
À espera. No Alvorada, todos aguardavam a divulgação dos termos e possíveis envolvidos na delação premiada que motivou o depoimento de Costa à Polícia Federal para ter ideia exata do estrago que isso possa ocorrer no governo e na campanha à reeleição.
No círculo próximo à presidente, a primeira avaliação foi a de que até aquele momento as informações com os nomes das pessoas que estavam sendo citadas eram as mesmas que circulavam nos bastidores, como o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e dos deputados André Vargas (sem partido-PR) e Luiz Argôlo (SD-BA). Há preocupação com o que ainda está por vir e qual o tamanho do estrago que isso poderá provocar na campanha dos aliados do governo.
Um dos interlocutores da presidente lembrou que Costa, na Petrobrás, não tinha vínculos apenas com o governo, mas com inúmeros partidos. O problema, portanto, pode se espalhar em várias direções.
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