• Partido diz que "representantes do atraso" tentam manter acirramento
Renato Onofre – O Globo
SÃO PAULO - O PT convocou ontem a militância virtual "às armas" para combater as crescentes manifestações nas redes sociais pedindo o impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e a intervenção militar. No último fim de semana, três mil pessoas foram às ruas de São Paulo pedindo desde a deposição da presidente a um golpe militar para tirar o PT do poder. O partido pede que os militantes visitem as páginas oficiais do partido e "armem-se" com argumentos para rebater os ataques nas redes e nas ruas.
A mensagem postada ontem de manhã na página oficial do partido no Facebook com o título "Militância, às armas" afirma que a vitória da presidente Dilma "revelou o desespero de setores que insistem em ignorar a vontade da população". E que os "representantes do atraso estariam tentando manter o acirramento para desestabilizar o segundo mandato da presidente", reeleita no último dia 26 de outubro com 51,64% dos votos.
"Representantes do atraso, verdadeiros fantasmas do passado, eles tentam criar um terceiro turno da disputa eleitoral ao suscitarem sandices como intervenção militar e até o impeachment da presidenta. Esqueceram que o povo não é bobo! Mantenha-se informado em nossos canais e arme-se com argumentos para rebater a ignorância nas redes e nas ruas".
- Nós não vamos reagir às provocações. Nós somos defensores de qualquer tipo de manifestação. Agora, resultado se respeita. Todas as vezes em que perdemos, respeitamos o resultado. Fernando Henrique ganhou de Lula duas vezes no primeiro turno, e em nenhum momento nós apresentamos questionamento ao resultado. O Lula perdeu para o Collor por pouco, e nós não questionamos. Não queremos medir força com ninguém, mas vamos defender nosso projeto - afirmou Alberto Cantalice, vice-presidente nacional do PT.
Na segunda-feira, a reunião da Executiva Nacional do PT, realizada em Brasília, definiu estratégias para a legenda após as eleições. Em um documento classificado como "Resolução política", o PT definiu como uma das prioridades a convocação da militância nas redes para defender o partido.
"Inconformada com a derrota, a oposição cai no ridículo ao questionar o resultado eleitoral no TSE. Ainda ressentida, insiste na divisão do país e investe contra a normalidade institucional", afirmou o documento, elencando como fazer:
"Priorizar ações de comunicação, fortalecendo nossa agência de notícias, articulando-a com mídias digitais, com ação permanente nas redes sociais. Integrar nossas ações de comunicação com o rico movimento cultural em curso no país amplamente divulgado no site do partido, até a próxima reunião do Diretório Nacional".
Nos últimos dez dias, mais 185 mil menções pedindo a retirada da presidente do cargo foram registradas nas redes sociais. Na segunda-feira após as eleições, 35.983 mensagens nas redes sociais tratavam da assinatura de uma petição online a favor de um impeachment. Ontem, foram mais de mil menções.
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