• "Veja" diz que procurador tem falado em risco à "governabilidade"; procuradoria nega
- Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) acusou neste sábado (29) o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de tentar blindar o governo. Motivo: uma nota da revista "Veja" desta semana que afirma que Janot vem se reunindo com representantes de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato.
Segundo a nota, Janot articula para que os executivos admitam a formação de cartel para atuar na Petrobras argumentando que se trata de um crime econômico, mais defensável. Janot, segundo a revista, teria falado em riscos à "governabilidade" e prometido que as firmas não seriam declaradas inidôneas.
Por meio de sua assessoria, o procurador afirmou que as informações publicadas na "Veja" não procedem e que, como já declarou antes, "numa delação premiada tudo é negociável, menos o perdão".
Ferreira afirmou que pedirá explicações ao procurador.
"Isso é um escândalo. O senhor Rodrigo Janot não pode virar o pizzaiolo-geral da República", disse. "As empresas assumem a culpa, livram os políticos, porque não haveria mais a propina; a Petrobras vira vítima e a presidente Dilma, uma justiceira."
O tucano lembra que as denúncias de corrupção cairiam apenas sobre Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal que já admitiu ao Ministério Público ter recebido propina.
A OAS afirmou neste sábado que representantes seus jamais se reuniram com Rodrigo Janot. Lembra, porém, que eventuais contatos entre acusados e Ministério Público são comuns em um ambiente democrático.
A Folha não conseguiu localizar representantes da Camargo Corrêa, a outra empreiteira citada pela revista.
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