Marcelo Monteiro – Zero Hora (RS)
Os líderes políticos e sindicalistas gaúchos que estiveram ontem no Rio de Janeiro, em reunião com a cúpula da Petrobras, voltaram com esperanças. Além de assegurar o pagamento dos valores devidos pela Iesa Óleo e Gás aos 1,1 mil trabalhadores demitidos em outubro, em Charquedas, a presidente da estatal, Graça Foster, garantiu que pretende manter os contratos em andamento no Estado, alguns dos quais envolvem empresas investigadas na Operação Lava-Jato.
Entre os representantes de Rio Grande e São José do Norte, no sul do Estado, havia o temor de que a companhia interrompesse os empreendimentos nos dois municípios, o que resultaria em demissões em massa, como ocorreu em Charqueadas, quando do rompimento do contrato da estatal com a Iesa, e em outros polos navais do país. Graça Foster, por outro lado, não comprometeu- se com a manutenção dos investimentos em Charqueadas – a ideia da comitiva gaúcha era de que a Petrobras mantivesse o polo naval do Jacuí, contratando empresas da região para ocupar a área da Iesa e executando o contrato inicial de US$ 800 milhões.
– Pagando os trabalhadores, se resolve um problema, mas fica em aberto a manutenção do polo de Charqueadas. De toda forma, eles (diretores da Petrobras) demonstraram bastante interesse em resolver a situação – afirma o vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, Ênio Santos.
No fim da tarde, em outra frente de pressão para o pagamento dos direitos dos demitidos nos polos navais, representantes das maiores centrais sindicais do país reuniram-se com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no Palácio do Planalto. Da mesma forma que o encontro da manhã, no Rio, o objetivo era buscar um acordo para que a Petrobras pague os direitos trabalhistas devidos pelas empresas terceirizadas. Ouviram como resposta que o governo buscará solução jurídica para a solicitação.
A ideia era que a estatal bancasse os salários e as despesas rescisórias como uma espécie de adiantamento, podendo, posteriormente, descontar o montante dos valores a pagar às empresas. Segundo os sindicatos, o universo de terceirizados da Petrobras é de cerca de 300 mil, e a estimativa é de que, após a Lava-Jato, mais de 10 mil trabalhadores tenham sido dispensados em Pernambuco, no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Rio de Janeiro.
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