• Governador afirma que petistas foram adversários na eleição
Juliana Castro e Bruno Amorim – O Globo
Mesmo com as conversas entre os presidentes do PMDB do Rio, Jorge Picciani, e do PT fluminense, Washington Quaquá, para reaproximar os dois partidos, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse ontem que os petistas não voltarão a integrar seu governo.
- O PT não vai entrar no governo agora. O PT não foi da minha aliança. Eu tenho um profundo respeito pelo Partido dos Trabalhadores, mas, aqui no Rio, eles foram oposição - afirmou Pezão, na inauguração de uma agulha na Rodovia Presidente Dutra, em São João de Meriti.
Pezão disse que o PT poderá voltar ao governo no futuro, mas não agora:
- Eu não consegui nem sentar com todos os aliados. Estou fazendo um governo de uma gestão muito dura, e não é a hora de eu trocar secretários.
No ano passado, o PT do Rio rompeu com o PMDB para lançar a candidatura ao Palácio Guanabara do senador Lindbergh Farias, que terminou em quarto lugar.
Por conta da mágoa entre petistas e peemedebistas nas disputas regionais, o ex-presidente Lula entrou em cena para pacificar a relação com o PMDB e tentar garantir a governabilidade de Dilma.
Apesar das declarações do governador, continuam as especulações de que o PT ganhará duas secretarias: a de Assistência Social, já ocupada pelo partido na gestão de Sérgio Cabral (PMDB), e a de Cultura.
Os petistas cogitavam voltar ao governo só depois de junho. Até lá, eles esperam que já se saiba se Pezão será mais atingido pela Operação Lava-Jato. O governador e Cabral são investigados em inquérito que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em sua delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que os dois receberam R$ 30 milhões de caixa dois na campanha ao governo de 2010.
Benedita iria para a Cultura
Os petistas dizem que há a possibilidade de a deputada federal Benedita da Silva ir para a Cultura. Com isso, ela abriria vaga no Congresso para o suplente Wadih Damous, ex-presidente da OAB-RJ.
Para a Secretaria de Assistência Social, o nome mais cotado é o da deputada estadual Rosângela Zeidan, mulher de Quaquá. No lugar dela, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), entraria o ex-deputado estadual Gilberto Palmares.
- Não vamos mexer na máquina. Nem Benedita, nem ninguém - declarou Pezão.
Benedita disse estar surpresa por seu nome ser cotado para a pasta da Cultura.
- Para mim, é uma grande novidade. Não conversei com ninguém sobre isso - disse a deputada, sem responder se aceitaria o cargo.
Palmares disse que gostaria de voltar para a Alerj, mas afirmou não saber se o PT acertou a volta ao governo Pezão:
- Estão sendo realizadas conversas, reuniões, mas eu desconheço a volta ao governo.
O vice-prefeito do Rio, Adilson Pires (PT), afirmou que Lula já esteve duas vezes no Rio para conversar com Cabral, Pezão e o prefeito Eduardo Paes:
- O Rio é estratégico na relação nacional com o PMDB. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é do PMDB do Rio. O governador mais importante do PMDB é Pezão, a prefeitura mais importante do PMDB é a do prefeito Eduardo Paes.
Quaquá não retornou às ligações do GLOBO para falar sobre a possível volta do PT ao governo Pezão.
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