- Folha de S. Paulo
Apesar de se dizer desiludida com a corrupção, Marta Suplicy deixou o PT por um motivo mais pragmático: quer voltar à Prefeitura de São Paulo em 2016. A vaga do partido já está reservada para Fernando Haddad. Aos 70 anos, a senadora percebeu que só poderia perseguir o sonho em outra freguesia.
Dois fatores encorajaram a aposta. O prefeito está mal nas pesquisas, e o PT nunca foi tão rejeitado na cidade, epicentro dos protestos contra o governo Dilma. É o cenário perfeito para uma candidatura de oposição ao petismo. Marta tentará encarná-la, mas sua tarefa será difícil.
Apesar da birra inicial, a senadora empenhou a imagem na eleição de Haddad, em 2012. "Na hora que eu entrei, fiz a diferença", gabou-se, imodesta, após a vitória do ex-aliado. Agora terá que se desdobrar para convencer que merece sucedê-lo.
Marta também precisará explicar a indignação tardia com os desmandos do PT. Depois do mensalão, ela continuou firme no partido, que a presenteou com dois ministérios. Defendeu réus do escândalo e chegou a oferecer um jantar para comemorar a refiliação de Delúbio Soares. Por que sua ficha só caiu agora?
Por fim, a senadora terá que seduzir o eleitorado antipetista que se acostumou a detestá-la --e já barrou sua volta à prefeitura em 2004 e 2008. Poucos políticos atraíram uma rejeição pessoal tão grande, por razões que vão do aumento de taxas à separação ruidosa do primeiro marido. Transformar todo esse ódio em amor poderá ser o maior desafio da psicóloga Marta Suplicy.
O executivo Julio Camargo, réu confesso do petrolão, fará novo leilão de cavalos nesta quinta para quitar as dívidas com a Justiça. Um dos 27 potros à venda chama-se Vito Corleone, como o personagem de "O Poderoso Chefão". O delator contou em juízo que teve vários encontros com o ex-ministro José Dirceu para tratar de negócios com a Petrobras.
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