• Ministro nega ter antecipado seu voto sobre as contas de Dilma e lembra que já houve dois julgamentos sobre as ‘pedaladas’ no Tribunal de Contas
Vinicius Sassine - O Globo
-BRASÍLIA- Sob fogo cruzado do governo, o ministro Augusto Nardes disse ontem que não antecipou o voto e que o trabalho feito nos processos do Tribunal de Contas da União é coletivo. À noite, o ministro divulgou nota em que “repudia” as acusações feitas pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
Na nota, Nardes disse não ter antecipado sua “opinião final”, e afirmou que seguiu o Regimento Interno do TCU ao distribuir o parecer prévio sobre as contas aos ministros. Conforme o regimento, isso deve ocorrer até cinco dias antes da sessão. Em entrevista ao GLOBO, ele falou sobre a acusação do governo:
O governo acusa o senhor de ter antecipado sua posição sobre as contas. Essa antecipação ocorreu?
Não antecipei o voto. Não liberei o voto. Essa matéria já está sendo discutida há muito tempo e já houve dois julgamentos, tanto o processo original das “pedaladas fiscais” (em abril, quando 17 autoridades e ex-autoridades do primeiro mandato da presidente Dilma foram chamadas a se explicar) quanto a primeira parte do processo das contas (em junho, o plenário aprovou um prazo de 30 dias para a presidente apresentar defesa sobre 13 indícios de irregularidades).
E a acusação dos ministros de que o senhor defendeu a rejeição das contas antes de analisar a defesa da presidente?
Lá atrás, já houve um voto preliminar, em que dizia que as contas não estavam em condições de serem apreciadas. Abrimos, então, para o contraditório. Não liberei o voto à imprensa. Liberei o voto para os ministros e para o Ministério Público junto ao TCU.
O governo vai pedir sua suspeição por conta de uma alegada parcialidade.
O trabalho feito no TCU é coletivo, é de toda a área técnica. Eu apenas verbalizo o que os técnicos apontam.
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