- Folha de S. Paulo
A capital federal vive um período de calmaria neste início lento e chuvoso de ano novo.
Depois de um 2015 acelerado, Brasília e seus moradores ilustres andam, como dizem analistas do mercado financeiro, meio de lado.
A presidente Dilma Rousseff ainda não deu as caras. Segue quieta (tranquila?) no Palácio do Planalto, recebendo vez ou outra um ministro.
Nelson Barbosa está encastelado na Fazenda, elaborando com seus auxiliares um pacote de medidas que possa, ao mesmo tempo, incentivar a retomada dos investimentos e preservar o combalido cofre público.
Até o hiperativo Eduardo Cunha chegou na cidade, mas ainda está recolhido, confabulando com os seus.
A Polícia Federal também não deu início às visitas matinais de 2016.
Nada disso serve, entretanto, de presságio para o que virá nos próximos meses. A lista de temas espinhosos que serão tratados no Planalto, no Congresso e no Judiciário reforçam a sensação de que o tempo vai mudar e ficará bastante conturbado depois desses dias de lentidão.
O andamento do processo de impeachment da presidente é uma incógnita. A barulheira diminuiu, o governo virou o ano mais confiante, mas as chances de uma derrota palaciana dentro da Câmara dos Deputados ainda não atingiram níveis desprezíveis. Todos sabem disso, apesar do clima mais descontraído adotado quando o assunto vem a público.
Do lado econômico, se não bastasse o desafio de convencer empresas e indústrias a fazer a máquina girar em ritmo mais acelerado, segurar o avanço da inflação e manter as contas em equilíbrio, o governo brasileiro ainda pode sofrer com os ventos fortes que sacodem o mundo lá fora.
A desaceleração da economia chinesa é um fato. O que ninguém sabe é se isso vai acontecer de maneira suave ou de forma mais abrupta. O primeiro dia de negócios no mundo financeiro mostrou o que pode acontecer caso vingue a segunda opção.
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