O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou uma conversa com a presidente Dilma Rousseff para amanhã, em Brasília. A amigos, nos últimos dois dias, Lula disse que pretende convencer sua sucessora da importância de dar uma guinada na política econômica, liberar o crédito e lançar um pacote de investimento público.
“Ela precisa ousar mais”, afirmou o ex-presidente aos interlocutores, ao expressar contrariedade com o ajuste fiscal do governo federal. Do Chile, onde se encontra em visita de trabalho, Dilma avisou que não compareceria à festa de 36 anos do PT, no Rio, ao lado de Lula.
Na versão oficial da presidente, o contratempo ocorreu por causa da agenda apertada em Santiago, e não por estar aborrecida com as críticas do PT ao governo. Nos bastidores, porém, auxiliares de Dilma admitem que a relação entre o PT e o Palácio do Planalto está muito tensa.
Lula deu aval ao Programa Nacional de Emergência lançado na sexta-feira pela cú- pula do PT, com o motivo de demarcar as diferenças entre a política econômica de seu governo, mesmo em tempos de crise, e a que é adotada agora. Na lista das medidas sugeridas para enfrentar a turbulência está o uso de parte das reservas internacionais destinado à criação de um Fundo Nacional de Desenvolvimento e Emprego. Dilma já disse que é contra a utilização dessas reservas.
O PT teme perder ainda mais base social neste ano de eleições municipais, num momento em que enfrenta denúncias de corrupção, o desemprego bate nos dois dígitos e o governo planeja reformar a Previdência. A insatisfação aumentou ainda mais com o anúncio de que o ajuste de longo prazo prevê a suspensão do aumento real do salário mínimo e atingiu o ápice com o apoio do Planalto ao projeto que retirou da Petrobrás a exclusividade para a exploração da camada do pré-sal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário