- O Tempo (MG)
O domingo amanheceu pintado de verde e amarelo. As praças transpiravam cidadania e brasilidade. As avenidas repletas gritavam em alto e bom som: “basta de mentira, corrupção e incompetência”. Mais de 4 milhões de brasileiros abraçaram o Brasil, pegaram o destino pelas mãos e apontaram o caminho da mudança. Diante da maior recessão desde 1930 e do maior escândalo da história, a sociedade brasileira resolveu dar uma demonstração clara de sua indignação. Com irreverência, emoção e força, a população lançou o momento histórico que vivemos em outro patamar.
O Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal estão fazendo sua parte. Foram reconhecidos nas ruas por isso. Cabe agora às instituições políticas terem a capacidade de captar o sentimento majoritário na sociedade e construir alternativas para a mudança necessária e desejada, dentro dos marcos constitucionais e dos princípios republicanos e democráticos.
Quem semeia vento colhe tempestade. Lula, Dilma e o PT tiveram uma resposta retumbante ao conjunto da desastrosa obra construída, na maior manifestação política da história brasileira. No domingo, dia 13, nos lembramos dos bons tempos das Diretas Já. E de nada adianta a retórica do “nós contra eles”, da conspiração das elites, do suposto golpismo. A máscara caiu. Nunca antes neste país o patrimonialismo foi levado a tal extremo numa confusão absoluta entre os espaços público, privado e partidário. A população demonstrou de forma cabal e inequívoca que não tolera mais isso.
A manobra de nomear Lula para o ministério sairá pela culatra. É um duplo erro: confissão de culpa definitiva e temor do juiz Sérgio Moro, por um lado, e aniquilamento completo do pouco de autoridade que restava a Dilma, por outro.
Existem quatro saídas dentro da legalidade: impeachment, cassação pelo TSE, renúncia ou antecipação de eleições e mudança no sistema de governo. Essa conversa de parlamentarismo é inoportuna no momento. Mais confunde do que ajuda e queima uma ideia essencial para o futuro. A renúncia ou alguma antecipação de eleições negociada não fazem parte do cardápio de Dilma. Os processos no TSE ganham cada vez mais densidade frente o avanço da Lava Jato, mas só deverão ser julgados no segundo semestre em função de suas próprias instruções.
O Brasil tem pressa. A sociedade foi eloquente no dia 13. A crise está levando a economia ao naufrágio. A qualidade de vida das pessoas está despencando. Dilma não tem mais condições de governar (ainda mais agora, sob a tutela de Lula). O caminho da mudança madura tem nome: impeachment. As bases sólidas estão dadas pelo pronunciamento do TCU sobre as pedaladas fiscais e pela corrupção institucionalizada revelada pela Lava Jato. O Supremo determinou as regras e o rito. A Câmara deve votar o impeachment até maio. Fique de olho em seu deputado.
O afastamento de Dilma, mais do que um desejo, é uma necessidade histórica
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Marcus Pestana é deputado federal (PSDB-MG)
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