• Senador diz que PSDB não precisa de conselhos e que Márcio França é ‘cacique absoluto’ do PSB em SP
Maria Lima - O Globo
• O vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), em entrevista ao GLOBO, deu um ultimato sobre o apoio do PSB aos tucanos na disputa pelo Palácio do Planalto. Isso dificulta a busca por unidade no PSDB?
Certo dia, há mais de 50 anos, convidei o governador Adhemar de Barros para um comício da Frente Ampla, com a participação de Carlos Lacerda. Ele explicou a recusa: cada macaco no seu galho. A lição vale para o vice-governador Márcio França. O PSDB não carece de seus conselhos para seguir a trajetória que fez dele um grande partido nacional.
• A recondução do senador Aécio Neves à presidência do PSDB levou o vice-governador a criticar a forma como se deu o processo, alegando que no PSB isso não aconteceria sem uma discussão prévia.
O (vice-governador) Márcio França não é a pessoa mais indicada para nos catequizar em matéria de democracia partidária. Afinal, na seção paulista do PSB, onde ele faz figura de cacique absoluto, há apenas três diretórios regularmente constituídos, eleitos pelas bases, contra 560 comissões provisórias nomeadas por ele. O mesmo padrão, aliás , se observa na organização do PSB no plano nacional: são 4044 comissões provisórias nomeadas pela direção nacional, contra apenas 407 diretórios democraticamente constituídos.
• O que deflagrou esse ataque ao PSDB por parte de um aliado tradicional do PSDB em São Paulo?
Percebi na entrevista (publicada ontem) uma boa dose de sofreguidão do vice -governador para se sentar na cadeira do governador. O melhor serviço que Márcio França poderia prestar ao governador Geraldo Alckmin, figura da qual todos nós no PSDB nos orgulhamos, seria declarar, no momento oportuno, que não será candidato à sucessão do governador Alckmin e apoiar, para isso, um nome do PSDB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário