• Romero Jucá, presidente da legenda, determina redução de 10% da verba transferida aos conselhos locais
Erich Decat - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Os cortes nos repasses do Fundo Partidário aos cofres dos diretórios estaduais é alvo de uma forte queda de braço entre representantes do PMDB dos Estados e o presidente nacional da legenda, senador Romero Jucá (RR).
Em reunião realizada na sede da legenda em Brasília na última quarta-feira, 14, dirigentes estaduais se queixaram do fato de a cúpula do partido ter criado uma resolução, sem que houvesse uma discussão ampla, que cortou 10% dos repasses do Fundo Partidário aos Estados.
A decisão foi tomada no último mês de setembro por Jucá e, segundo os dirigentes, não se chegou a constar na pauta de discussão da reunião da Executiva realizada na mesma época. Além de se queixarem da redução dos repasses, dirigentes estaduais estão indignados com o fato de que a resolução também não prevê um prazo limite.
“Houve de fato um conflito. Há dúvidas, por exemplo, se esse tema entrou na pauta de discussão na última reunião da Executiva Nacional. Ficou a dúvida se não tinha sido colocado na ata algo que não tinha sido decido com a participação de todos. Alguns que estiveram na última reunião não se lembram da discussão dessa resolução”, afirmou o deputado Lelo Coimbra, presidente do PMDB estadual do Espirito Santo. Segundo ele, o corte estabelecido pela cúpula nacional da legenda representa R$ 45 mil, por mês, ao diretório.
Segundo dirigentes que participaram da reunião a solução encontrada foi de estabelecer um prazo limite para os cortes de até o próximo mês de janeiro. “Os diretório protestaram. Não é correto porque vários Estados também têm compromissos com os diretórios municipais. Mas Jucá assumiu esse compromisso de não ter mais essa redução a partir de janeiro. O diretório nacional para fechar suas contas, nesse final de ano de sufoco, teve que fazer isso”, afirmou Henrique Eduardo Alves, presidente estadual do PMDB no Rio Grande do Norte. Segundo os cálculos deles, o corte mensal estabelecido equivale a cerca de R$ 20 mil.
Nas discussões realizadas na reunião, uma das alternativas colocadas para recompor o caixa do PMDB nacional é o de pegar, em janeiro, as “sobras” do caixa da Fundação Ulysses Guimarães, órgão de estudos da legenda. A instituição recebe cerca e 20% dos recursos previstos no Fundo Partidário. Além disso, as multas que compõem o fundo aplicadas pelo Tribunal de Contas da União (TSE) e pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) seriam integralmente repassadas para o cofre do PMDB nacional.
Segundo o secretário-geral do PMDB, deputado Mauro Lopes (MG), não foi apresentado à direção do partido qual valor será necessário para fechar as contas deste ano. “Não sei. Aquilo lá é uma caixa-preta”, afirmou.
Mudança. No encontro da Executiva, Jucá também informou da mudança de endereço da sede do partido em Brasília. Atualmente, integrantes da cúpula da legenda despacham em um gabinete que fica na Câmara dos Deputados. O novo local escolhido está localizado na Península dos Ministros, no bairro do Lago Sul, uma das áreas mais valorizadas da capital federal. O valor pago pelo aluguel da casa é de cerca de R$ 25 mil, mensais. Atualmente, a residência passa por reformas, que deverão ser concluídas até o final do próximo mês de janeiro, quando os móveis e documentos deverão ser transportados para o local.
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